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Veterinários alertam para os riscos que a obesidade oferece à saúde de cães e gatos

14 de julho de 2015
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Compulsão alimentar está entre as causas da obesidade nos animais (Reprodução)
Compulsão alimentar está entre as causas da obesidade nos animais (Reprodução)

Os tutores podem até se derreter com cães e gatos gordinhos e fora de forma, mas a obesidade vem acompanhada de sérios riscos à saúde dos animais.
Quem faz o alerta é o médico veterinário Frank Ferreira de Oliveira, da clínica manauara Pet Stop Animal Care, que há cinco anos trata casos do tipo.
Segundo ele, os problemas mais graves pelo excesso de gordura acometem os felinos, que podem desenvolver doenças renais, hepáticas e cardíacas.
“Os cachorros são acometidos principalmente por problemas no fígado e coração. A avaliação da obesidade, no entanto, não é feita pelo peso, porque temos uma diversidade grande de raças e porte de animais. Por isso utilizamos uma avaliação de escore corporal, em que seguimos alguns parâmetros técnicos para acúmulo de gordura na região da anca e costela, por exemplo”, explica o especialista.
“Então analisamos os dados dentro de uma escala de 1 a 5, que vai do muito magro ao muito gordo, sendo que o estágio 3 é considerado ideal”.
Três fatores
Dentre as causas mais comuns, o veterinário destaca a alimentação inadequada, os excessos e o sedentarismo. “O primeiro risco está em dar comida caseira porque ela desequilibra a nutrição do animal. A proporção de cálcio e fósforo da nossa comida e da deles deve ser diferente, por isso a inversão desse quadro traz doenças para os animais. Por pior que seja a qualidade da ração, ela ainda é o alimento mais indicada porque é equilibrada nutricionalmente”.
No entanto, Oliveira diz que as comidas caseiras vendidas em pet shops não entram nessa lista porque são preparadas especificamente para cães e gatos, respeitando a proporção de nutrientes. A compulsão alimentar e os excessos também são um fator de risco.
“Geralmente acontece quando o animal fica muito tempo sozinho, e para compensar ele come muito. É caso até de tratamento medicamentoso”, alerta. O terceiro e último fator é a falta de exercício, que leva ao acúmulo de gordura.
Acompanhamento
Nos tratamentos para sobrepeso realizados na Pet Stop, esteira, caminhada, hidroterapia e brincadeira estão entre as atividades praticadas pelos animais – sempre com monitoramento cardíaco.
Conscientização ajuda no tratamento
A doutora em Ciências Marina Brolio, da Prontovet, dedicou dois capítulos da sua tese à nutrição de cães e aponta que aproximadamente 40% dos animais excedem o peso ideal. “A obesidade, vale lembrar, é um acúmulo de quantidades excessivas de gordura corporal”, diz.
Assim como nos humanos, o sobrepeso nos animais são resultado de um desequilíbrio entre ingestão calórica e necessidades energética. Algumas raças de cães, entretanto, têm mais predisposição à obesidade, como Dachshund, Beagle, Cocker Spaniel, Labrador, Collie, Golden retriever, Rottweiller, Bernese Mountain Dog e São Bernardo.
“A meia-idade é outro fator de risco. Alguns autores relatam que em gatos e cães a prevalência de obesidade e sobrepeso é maior entre 5 e 11 anos de idade. A castração também pode aumentar a taxa de incidência de obesidade, porém é um procedimento muito importante e que previne uma série de doenças e traz muitos benefícios e melhora a qualidade de vida dos animais em outros aspectos”, ressalta.
Aos problemas já conhecidos decorrentes do aumento de adiposidade, a doutora acrescenta a diabetes melitos, osteoartrite (doenças no aparelho locomotor) e doenças respiratórias.
Ela ainda aponta que o tratamento para perda de peso não é fácil: “Precisamos seguir corretamente cinco etapas para induzir a uma perda segura e eficaz. Dente elas está o engajamento do dono e a modificação da dieta (que deve ser dividida em três refeições). A inclusão de hábitos saudáveis na rotina do animal, como aumento da atividades físicas, tais como caminhadas e brincadeiras também são interessantes”.
Fonte: A Crítica

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