Um centro pioneiro de reprodução da pantera nebulosa (Neofelis nebulosa) em cativeiro, dirigido pelo veterinário espanhol Fernando Májera, trabalha para garantir a sobrevivência desses animais, ameaçados pela perda de seu habitat e o tráfico de animais silvestres.

“As populações de pantera nebulosa estão diminuindo devido às ameaças com a perda do habitat e o tráfico de animais, principalmente por causa da medicina tradicional chinesa, pelas peles ou para domesticação”, disse Nájera à EFE.

O projeto, que conta com 32 panteras, incluindo 12 casais, começou faz dez anos no parque Khao Kheow da província de Chonburi, a 122 quilômetros de Bangkok.

“O objetivo é conseguir a maior diversidade genética possível para garantir sua sobrevivência, mais adiante vamos introduzir os animais em seu habitat, ainda que estejamos muito longe dessa etapa”, explica Nájera, que está na coordenação do centro desde abril deste ano.

O maior obstáculo é formar os casais, pois os machos tendem a reagir de forma agressiva quando entram em contato com fêmeas no cativeiro, podendo até matar.

“A pantera nebulosa se estressa muito em cativeiro e é o felino com os caninos mais longos em comparação com seu corpo, por isso qualquer mordida pode ser mortal”, conta Nájera.

“No centro, descobrimos que a única forma de formar os casais é junta-los desde filhotes ou um macho filhote com uma fêmea adulta para que se acostume com ela”.

Em cativeiro, as pateras nebulosas são solitárias e somente se relacionam para procriar. Em cativeiro também tendem a ser monogâmicas, o que traz outra dificuldade para faze-las reproduzirem-se.

O projeto já conseguiu, desde 2002, o nascimento de 51 filhotes de panteras em cativeiro, os quais, alguns foram enviados a outros centros na Tailândia, Estados Unidos e Singapura, para promover a diversidade genética.

Nájera assegura que não há dados confiáveis sobre as populações na natureza, mas a União Internacional para a Conservação da Natureza estima que há menos de 10.000 indivíduos livres na Ásia.

Também conhecidos como leopardos longibanos, esses animais chegam a pesam 65 kg e se distinguem pelas manchas negras de seu pelo, que os ajuda a se camuflar.