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Veterinário resgatou 400 animais no Rio Grande do Sul: ‘Estavam morrendo presos às correntes’, diz

10 de maio de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Jorge Lansarin/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo

Animais em cima do telhado, presos às correntes ou com a água chegando ao pescoço. Em meio à tragédia climática depois das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, animais são outro grupo que tem chamado a atenção das equipes de resgate. É o caso do cavalo Caramelo que sensibilizou autoridades e mídias sociais e foi socorrido na última quinta-feira (9), mas também de cerca de outros seis mil resgatados por órgãos estaduais.

De acordo com o governo gaúcho, em comunicado divulgado na última quarta-feira (8), a Brigada Militar, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros já resgataram cerca de 8.933 animais também vitimados pelas inundações. Além das equipes estaduais, ONG’s também têm se mobilizado no resgate.

Somente a equipe a que integrava o médico veterinário Enderson Barreto, de 26 anos, foi responsável pelo resgate de pelo menos 400 animais em sete dias, diz ele. Ao todo, a organização, em parceria com o Instituto Caramelo, afirma ter socorrido aproximadamente dois mil animais, entre cachorros, gatos, porcos, cavalos, galinhas, além de outras aves.

Conforme conta o profissional, este trabalho foi “um dos piores momentos da minha vida” pelas cenas vistas:

“O primeiro momento, assim que chegamos ao Rio Grande do Sul, foi um dos piores momentos da minha vida. A gente se deparava com animais morrendo, presos às correntes. Nos resgates desses animais, encontramos pessoas pedindo ajuda, se jogando no bote, querendo que a gente levasse ao menos os filhos. Foi uma experiência muito tensa. Mas depois, não foi fácil, entendi que era um cenário que precisaria conviver por algum tempo. Não dá para dizer que foi tranquilo”, diz Enderson, que trabalha pela GRAD Brasil, instituição especializada em resgates de animais em desastres.

Atualmente, o veterinário não atua mais no Rio Grande do Sul. Ele voltou ao estado natal, Minas Gerais, depois de sete dias na linha de frente dos resgates. De acordo com o protocolo da GRAD, os profissionais não podem exceder esse período e precisam voltar para casa e descansar.

“A gente teve dois momentos: no início, trabalhamos no interior realizando os resgates através de botes e barcos, tínhamos uma preocupação grande para entregar para os tutores em seguida. Mas logo a região metropolitana começou a ter inundação também — conta ele sobre a atuação no território gaúcho. — Até mesmo o hotel onde a gente estava hospedado ficou alagado.

Identificação dos animais

No momento, um dos principais objetivos das organizações é localizar os tutores dos animais. A GRAD, por exemplo, está criando um programa para identificar as famílias dos animais. A ideia é que software tenha opções para que as pessoas possam selecionar o perfil do animal, a partir da raça, cor do pelo, etc.

Fonte: O Globo

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