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BEM-ESTAR

Veterinárias apontam relação entre saúde do intestino e pele de cães e gatos

Especialistas explicam como a dieta e cuidados veterinários podem influenciar essa complexa interação

5 de novembro de 2024
Equipe Cães&Gatos
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

A relação entre o intestino e a pele de cães e gatos desempenha um papel crucial na saúde e bem-estar desses animais. Conhecido como eixo intestino-pele, este sistema interconectado envolve a interação complexa entre a microbiota intestinal, o sistema imunológico localizado e a integridade da barreira cutânea.

A médica-veterinária especializada em Gastroenterologia da Ferogastro, Larissa Nonato de Camargo Dembowski, dá mais detalhe sobre o eixo intestino-pelo: “É a relação íntima do intestino com a pele, na qual é observado que a baixa diversidade bacteriana na microbiota intestinal pode ocasionar alterações dermatológicas, pois é responsável por modular a expressão de proteínas inflamatórias influenciando a resposta imunológica na pele quando alterada. Sendo assim, o microbioma intestinal pode influenciar a homeostase da pele por meio da regulação da diferenciação do sistema imunológico e da diferenciação epidérmica coordenada”, afirma.

Segundo ela, em animais, estudos indicam a existência de uma relação entre intestinos e pele (gut-skin axis) que estabelece comunicação por meio da liberação para a circulação corporal de células imunológicas já sensibilizadas, compostos neuroendócrinos e metabólitos advindos da microbiota intestinal, além do tecido linfoide associado. “Ele pode estar relacionado com dermatopatias, como dermatite atópica, pústulas, seborreia e retardamento de cicatrização, já que, quando há um desequilíbrio do intestino, ocorre um aumento da permeabilidade celular e, consequentemente, uma ativação de substâncias pró-inflamatórias e um aumento da absorção de toxinas”, diz.

A médica-veterinária dermatologista do hospital PetCare, Rita Carmona, acrescenta que a pele e o intestino são os órgãos mais extensos do corpo (humano e animal). São compostos por diversos microrganismos que desempenham funções benéficas. De acordo com ela, há alguns sinais que indicam que há algo de “errado” nessa relação. “Sinais clínicos são dependentes da afecção. A disfunção do eixo intestino-pele pode levar a quadros alérgicos, enfermidades auto-imunes, alguns estudos indicam que pode estar associado à diabetes e até à obesidade e muitas doenças metabólicas”, conta.

Larissa adiciona que as manifestações clínicas estão relacionadas à disbiose intestinal (primária ou secundária a doenças inflamatórias intestinais crônicas) e podem ser associadas a alterações nas fezes, como diarreia, que costuma ser intermitente, presença de muco e/ou hematoquezia, em alguns casos constipação, flatulências, dor abdominal, fitofagia, perda de peso, coprofagia, entre outros.  “Sinais cutâneos como lambeduras em excesso, prurido, lesões causadas pelo trauma auto induzido, hiperqueratose, eritema, hiperpigmentação, pápulas, crostas e alopecia. Alguns pacientes com dermatite atópica apresentam conjuntivite com blefarite secundária e otite externa”.

Fonte: Cães&Gatos

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