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GUERRA

Veterinária ucraniana que ficou no país já salvou centenas de cães e gatos feridos

15 de maio de 2022
Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Daily Mail

A veterinária Mariia Mykytiuk está vivendo sozinha no porão da casa onde vivia com o seu marido e os dois filhos na cidade de Bucha, nos arredores da capital ucraniana, Kiev. A profissional desistiu de sair do país em guerra e optou por ficar, e arriscar a própria vida, para salvar os animais feridos que estão em situação de vulnerabilidade na Ucrânia. Ela improvisou uma clínica na própria casa e com os poucos materiais que conseguiu reunir, está realizando cirurgia e intervensões médicas em cães e gatos com balas alojadas e escoriações causadas por estilhaços.

O marido da veterinária foi convocado pelo exército ucraniano e os filhos deixaram o país com familiares. Mariia é frequentemente questionada sobre o porquê de não deixar o país, mas responde com ênfase e alegria: “Porque esta é a minha missão”. O porão da veterinária se tornou um pequeno abrigo improvisado para animais que já viviam em situação de rua ou foram abandonado pelos próprios tutores. Ela levanta cedo todos os dias e caminha pelas ruas de Bucha com um saco cheio de ração e petisco, para atrair animais que estão escondidos embaixo dos escombros.

Quando o exército de Vladimir Putin invvadiu Bucha, no dia 27 de fevereiro, a maioria da população, cerca de 35 mil pessoas, já tinha fugido. Muitas delas deixaram seus animais domésticos para trás. Mariia anda pela cidade destruída munida com um martelo que encontrou na caixa de ferramantas do seu marido e procura animais nas casas vazias e vielas. Quando percebeu, a veterinária estava cuidando e acolhendo 120 cães e gatos. Soldados russos invadiram a casa de Mariia quatro vezes. Na primeira vez, ela quase foi morta, pois eles exigiam saber o paradeiro do marido da veterinária.

Um dos cachorros que estavam sob a guarda de Mariia latiu para os soldados. Um deles sacou um rifle e matou o cãozinho covardemente. “Eu cuspi nele e ele encostou o rifle no meu ombro. Eu tive certeza que seria meu fim, mas um deles disse ‘vamos, vamos’ e ele desistiu de me matar, apenas inspecionaram a minha casa e foram embora. Mariia também está cuidando do animal de muitos amigos que deixaram o país. Ela não tem medo e não pensa em abandoná-los. A veterinária diz que não é nenhuma heroína: “este é apenas o meu trabalho”, disse humildemente.

Ela anda entre corpos e soldados e teme pelos animais. “É horrível. Os animais estão chorando e vagam completamente solitários e perdidos. Os soldados russos são terríveis. Se um cachorro latir para um deles por medo, é morto imediatamente. As pessoas diaramente me trazem até cinco cães e gatos feridos. Eu dou o meu melhor e até hoje nenhum deles morreu. Nos dias mais frios, quando faz -5C, -10C à noite, os cachorros me abraçam e me mantém aquecida no abrigo antiaéreo. Eu os salvei, mas em troca eles me salvaram”, concluiu em entrevista ao Daily Mail.

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