O animal que passou dois dias atolado em uma vala na Avenida Raimundo Cantuária, em Porto Velho (RO), recebeu uma injeção letal de uma veterinária, que esteve no local no dia 31 de maio, de acordo com as pessoas que moram próximo ao local do acidente. O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) de Rondônia diz que se o animal estava muito machucado, a profissional agiu da maneira correta, mas não descarta a possibilidade de investigação.
O presidente do CRMV Rodrigo Bruno Loyo explica que se a veterinária que foi chamada pelo tutor do animal tiver realizado um exame clínico prévio no equino e tiver constatado que ele estava com as patas quebradas, realizou o procedimento correto. “A eutanásia iria minimizar o sofrimento do animal”, diz.
Mas Loyo ressalta que se não houve o exame clínico, a veterinária que aplicou a injeção pode responder a um processo ético e que o CRMV pode investigar o casos. “Quando recebemos alguma denúncia de irregularidade, nós apuramos os fatos, o profissional denunciado presta depoimento e o conselho delibera a respeito do caso”, conta.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o tutor do animal ligou para o órgão pedindo para que o equino fosse sacrificado, mas os Bombeiros se recusaram. “Nós fazemos o salvamento, lidamos com resgate, não com morte”, diz o tenente coronel Gregório. Com a recusa, o animal foi abandonado e moradores solicitaram a remoção do animal da vala e se responsabilizaram por ele.
“É uma coisa muito triste. Porque a gente viu como ele tava. Demos comida e água e no final do dia, ele estava morto”, diz Raimundo Nonato Pereira da Silva, agente de portaria, que conta que uma mulher chegou e garantiu que foi atender uma solicitação do tutor. A mulher, então, aplicou uma injeção e depois removeu o equino do local.
Raimundo conta que questionou sobre uma possível gravidez no animal, mas a veterinária descartou a hipótese por se tratar de uma mula.
“A gente já estava até acostumado com ela por aqui. Mas é muito injusto, só porque o animal se machucou ele abandona? Não serve mais pra ele e manda matar? Fiquei triste com isso”, lamenta Raimundo.
Os moradores ainda tentaram ligar várias vezes na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), no dia em que a mula foi encontrada na vala, mas não conseguiram contato porque havia sido decretado ponto facultativo na sexta-feira (31 de maio).
Fonte: G1