Por Wagner Ferreira (da Redação)
Durante a ação da Prefeitura de Salvador para remover seis famílias que ocupavam irregularmente a Ladeira da Preguiça, no Centro da cidade, a vereadora Ana Rita Tavares (Pros) evitou que os animais que viviam no local fossem abandonados ou mortos por máquinas e tratores que demoliram barracos e algumas edificações.
Segundo informações da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), as famílias realocadas foram cadastradas e orientadas a deixar a área, que será revitalizada pela Prefeitura. “No primeiro momento, essas pessoas foram encaminhadas para os Centros de Referência da Assistência – CRAS, onde serão atendidas por assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais que irão identificar as necessidades e encaminhá-las para os serviços disponibilizados pela Prefeitura”, afirma o secretário Maurício Trindade.
Já os animais foram resgatados pela equipe da vereadora e ativistas da ONG Terra Verde Viva. Entre os bichos, uma cadela da raça pit bull, que provavelmente vinha sendo usada em rinhas. Muito machucada, ela foi levada pela vereadora a uma clínica veterinária com auxílio da Guarda Municipal. Outros sete cães foram transferidos para o abrigo da ONG, num veículo cedido pela Prefeitura. Três filhotes de gatos também foram resgatados e serão encaminhados para adoção.
Para a vereadora Ana Rita, o poder público deve assegurar que os direitos das pessoas sejam garantidos em toda intervenção desse tipo, e que os animais também não sejam ignorados. “Em muitas ações de desapropriação pelo país afora, pessoas ficam desabrigadas ou são conduzidas para outros locais, enquanto os animais são abandonados, isso quando não são mortos. Em Salvador, se depender de nossa atuação junto ao poder público, isso não vai mais acontecer”, afirma.
Ana Rita também vai alertar o prefeito ACM Neto para que toda ação de desocupação de espaços públicos contemplem um plano de atenção aos animais que se encontrem no local, seja na companhia das pessoas, ou na condição de animais comunitários, aqueles que são cuidados pela comunidade. “O que não pode acontecer é deixá-los sem amparo, pois eles não podem se defender nem manifestar sua vontade”.
Segundo a vice-presidente da ONG Terra Verde Viva, Ingrid Teixeira, durante a ação para evitar que os animais fossem mortos pelas escavadeiras, alguns prepostos da Prefeitura fizeram chacotas. “Isso mostra o despreparo de muitos profissionais quando o que está em jogo é são os direito animais”, acusa a ativista.
De acordo com a vereadora, mesmo tendo sido uma minoria entre os que atuaram na intervenção, o problema será relatado às autoridades competentes. “Essa conduta ultrapassada, desumana e inconstitucional, de servidores que são remunerados para cumprir a lei, e não desrespeitá-la, servirá como pauta para um treinamento que, em breve, realizaremos com servidores municipais”, afirma Ana Rita Tavares.