Tramita na Câmara Municipal de Campina Grande (PB), requerimento nº993 de 03 de junho de 2009, de autoria do vereador Fernando Carvalho (PMDB), líder do governo na Câmara Municipal de Campina Grande solicitando ao IBAMA a adoção de medidas de combate ao tráfico de animais na cidade. O tráfico de animais silvestres é um crime que, apesar de cruel, parece não ser levado muito a sério pela população.
As feiras livres abarrotadas de gaiolas com pobres aves e a livre comercialização comprovam que os maus-tratos não chegam a comover muita gente, que até mesmo se diz admiradora das espécies. Sem se importar com os danos que podem causar, as pessoas teimam em dar vida a essa atividade ilegal.
Tanto quem vende, quanto quem compra está contribuindo da mesma forma para impulsionar o crescimento de uma das atividades ilegais que mais movimentam dinheiro sujo no país. Casos de interceptação de aves e outras espécies regularmente viram notícia. Embora haja campanhas de conscientização e intensa fiscalização, a prática deste tipo de comércio ilegal ainda permanece sem controle.
Até o dia 29 de maio deste ano, haviam sido apreendidos pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) 1.740 animais da fauna brasileira. Para se ter uma noção de que a atividade continua sendo exercida livremente, os números dos cinco primeiros meses de 2009 equivalem a 56,8% dos bichos interceptados durante todo o ano de 2007, em que o órgão conseguiu deter o carregamento de 3.062 animais que iriam ser vendidos ilegalmente.
Os criminosos utilizam moldes cruéis de transporte e armazenamento dos bichos. A maior parte dos animais não resiste aos maus-tratos e acaba morrendo no trajeto. As rotas são as mais variadas e o local onde o comércio é praticado vai das feiras livres a grandes traficantes.
No ano passado, o Instituto identificou 4.050 aves, mamíferos e répteis que seguiam com traficantes pelas rodovias da Paraíba, ou seja, 988 a mais do que o observado no ano anterior. Entre janeiro e dezembro de 2008, foram 3.746 aves, 130 répteis e 154 mamíferos que foram pegos nas mãos dos infratores.
As condições nas quais são conduzidos os animais são as mais impróprias possíveis. É tanto que a estimativa aponta que de cada dez animais retirados da natureza somente um sobrevive. “Pensando em inibir esta prática inaceitável, vimos solicitar uma ação mais intensiva, tendo em vista acreditarmos que este é um problema possível de sanar” concluiu Fernando Carvalho.
Fonte: paraiba.com.br