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DERRETIMENTO

Venezuela perde a última de suas geleiras por causa do aquecimento global

12 de maio de 2024
Suzana Camargo
2 min. de leitura
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Foto: Adolfo | Wikimedia Commons

No século passado a Venezuela tinha seis geleiras que cobriam uma área de mais de 1 mil hectares de extensão. Entre elas estava La Corona, que ficava próxima ao Pico Humboldt, no Parque de Sierra Nevada, a quase 5 mil metros de altitude. Pois agora, o país latinoamericano se despede dela, a última que restava, pois todas derreteram devido ao aquecimento global.

Cientistas acabaram de anunciar que La Corona foi reclassificada como um simples campo de gelo. Acredita-se que a Venezuela é o primeiro país na era moderna a perder todas suas geleiras.

A expectativa de pesquisadores é que La Corona ainda resistisse até o final dessa década, mas seu derretimento foi muito mais rápido do que o esperado. Nos últimos anos, assim como outros países, a Venezuela registrou temperaturas atípicas, muito acima do normal, especialmente em áreas altas, chegando a ficar 3°C a 4°C além da média.

Especialistas acreditam que a situação que ocorre agora com a Venezuela irá se repetir em nações vizinhas dos Andes, como Colômbia, Peru, Bolívia e Equador. Vale ressaltar que em alguns desses lugares a água do degelo das montanhas é essencial para o abastecimento de populações locais.

“A Venezuela agora não tem mais geleiras oficialmente. O remanescente de sua última em Humboldt está estático e reduzido a uma área de 2 hectares, rebaixado de geleira a campo de gelo. Os próximos países preparados ficarem sem geleiras são Indonésia, México e Eslovênia”, prevê o climatologista Maximiliano Herrera, que documenta e compartilha extremos do clima e temperaturas anormais em todo o mundo.

No ano passado, um grupo de cientistas internacionais fez um alerta num artigo publicado na revista Science de que duas de cada três geleiras do planeta podem desaparecer até 2100, preveem cientistas.

Usando modelos computacionais, eles simularam as condições de 215 mil geleiras terrestres, sem contar as das camadas de gelo da Groenlândia e da Antártica, e calcularam como as altas temperaturas as derreteriam e como consequência, qual seria ainda o impacto sobre o nível dos oceanos.

De acordo com a análise, seguindo o ritmo atual das emissões globais de gases de efeito estufa, rumamos para um salto de 2,7°C na média da temperatura até 2100 (em relação aos registros pré-industriais). Caso isso se confirme, 32% da massa de geleiras globais seria perdida, ou 48,5 trilhões de toneladas métricas de gelo, bem como 68% das geleiras sumiriam.

Numa situação extrema, com 4°C a mais nos termômetros, a perda chegaria a 80% das geleiras.

Fonte: Conexão Planeta

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