Médico veterinário salienta que é mito que eles não sentem frio por terem pelos. Campanha em BH recolhe roupas, agasalhos, cobertores, toalhas e ração para animais em situação de rua.
O inverno começa oficialmente às 6h14 no dia 21 de junho, mas parece que ele sentiu saudade e resolveu chegar com mais de um mês de antecedência.
Em Belo Horizonte, às 6h desta quinta-feira (19), os termômetros marcaram 4,4°C.
Como os meteorologistas haviam avisado, a temperatura caiu bastante em várias regiões do Brasil, inclusive em Minas Gerais. O frio também pode ser prejudicial aos animais de estimação e, por isso, eles precisam de cuidados especiais.
De acordo com o médico veterinário José Lasmar, existem mitos que precisam ser derrubados, como o de que os animais não sentem frio porque têm pelos.
“Eles podem até vir a óbito, como os humanos. É verdade que alguns cães são mais resistentes, mas eles também sentem frio”, diz.
Dentro deste rol dos mais “fortes”, o especialista destaca as raças husky siberiano e bernese.
Contudo, ele ressaltou que os doguinhos sem raça definida (SRD), magros e com pelagem curta, podem morrer por causa das baixas temperaturas. Lasmar explica que quando o animal está todo enrolado é sinal de que ele está com muito frio.
Os gatos de pelagem curta também podem ser vítimas do frio. E os de pelos compridos, como os persas, podem usar roupas de frio, mas elas podem causar “bolos” que, posteriormente, precisam ser tosados.
Veja como proteger os animais:
– Coloque neles roupas confortáveis e quentinhas;
– Eles devem ser abrigados fora do alcance das correntes de ar e de ventos fortes;
– A cama precisa ser fofa e, se possível, feita com tecidos de algodão, porque esquentam e são mais confortáveis;
– A alimentação não sofre alteração no tempo de frio. Eles podem comer normalmente;
– A atividade física, como a caminhada, deve ser mantida;
– Ao contrário da alimentação e dos exercícios, os banhos devem ser evitados.
Doenças
Lasmar explica que, assim como acontece com os seres humanos, os animais também podem ter a saúde afetada.
Cães
No período de frio, principalmente no outono e inverno, os cachorros podem ter traqueobronquite infecciosa, doença conhecida também como gripe dos cães, gripe dos canis, tosse dos canis ou, ainda, coqueluche canina, que pode ser causada por vírus ou bactérias.
Para evitá-la, Lasmar orienta que os eles sejam vacinados, em dose única, com validade de um ano. O imunizante custa em torno de R$ 110.
A prevenção é válida para todos os dogs, mas o veterinário salienta que os animais com narizes curtos – como pugs e buldogues francês e inglês – são mais propensos à doença.
Independentemente da raça, o especialista orienta que animais que frequentam “hotéis pet”, “pet shops”, pracinhas e canis precisam ser imunizados por causa do convívio com os amiguinhos peludos.
Em caso de contaminação, o tratamento é feito sob prescrição médica veterinária, com antialérgicos e anti-inflamatórios.
Lasmar diz que o sintoma da doença é uma tosse muito severa, com ânsia de vômito, e que pode levar o tutor a se enganar e achar que o animal se engasgou.
Gatos
No frio, os gatos podem adoecer com pneumonia bacteriana. Não há tosse e, por isso, o tutor precisa redobrar a atenção.
O tratamento é feito com antibiótico. Não há vacina como prevenção.
Animais em situação de rua
Assim como acontece com os humanos, são os animais em situação de rua os que mais sofrem com o tempo gelado.
Saiba como e onde doar agasalhos e cobertores a quem precisa em BH
Em Belo Horizonte, os alunos do curso de medicina veterinária do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) estão fazendo a campanha “Agasalha Pet”. A ação recebe roupas, agasalhos, cobertores, toalhas, ração e outros itens para os animais de rua.
As doações podem ser entregues no Hospital Veterinário do UniBH, no bairro Buritis, em horário comercial.
Serviço
“Agasalha Pet”
Ponto de coleta: Hospital Veterinário do UniBH (Rua Líbero Leone, 259 – Buritis), horário comercial
Fonte: G1