Uma reunião entre o Instituto Chico Mendes, a prefeitura de Foz do Iguaçu e o Conselho de Turismo da cidade decidiu, na quarta-feira (1º), que veículos de agências de turismo e táxis não podem mais entrar no Parque Nacional do Iguaçu, no Oeste do Paraná, durante a noite. A medida foi tomada após uma onça pintada ter morrido atropelada no parque na madrugada de sábado (28).
Durante a noite, os taxistas e vans realizavam o transporte de turistas até o hotel Cataratas. A partir de agora, o próprio hotel fica responsável pelo transporte dos hóspedes. Nesta quinta-feira (2), os carros de turismo voltaram a trafegar durante o dia.
Polêmica após morte da onça no Parque Nacional do Iguaçu
O objetivo do Instituto Chico Mendes é reduzir gradativamente o número de carros dentro do parque até acabar com a circulação de veículos no local. A visitação ficaria somente com os ônibus de turismo panorâmicos. Daqui a 30 dias o Conselho de Turismo de Foz deverá apresentar um plano para a redução do número de veículos dentro do parque. Todos os envolvidos no debate concordam que seria melhor para a natureza e para a preservação das espécies que os carros não pudessem entrar no parque.
No entanto, as empresas de turismo argumentam que a medida pode causar prejuízos econômicos e sociais. Os empresários alegam que isso poderia gerar demissões no setor e diminuição no número de visitantes. O argumento é que o transporte nos ônibus panorâmicos, utilizados por 85% dos visitantes, não agrada os turistas mais exigentes. “Poderá haver uma retração, em função de que os turistas não vão aonde não tem serviço e aonde não se provêm um serviço de qualidade”, disse Ênio Eidt, representante do setor de turismo de Foz do Iguaçu.
Ricardo Soavinski, representante do Instituto Chico Mendes, disse ao telejornal que espera que a determinação seja cumprida. Porém, afirmou que o Instituto aguarda uma proposta para dialogar sobre o assunto.
Para a administração do parque, a restrição de carros no local não tem mais volta. Outros animais já morreram atropelados dentro da unidade de conservação. A morte de uma onça pintada, um dos símbolos do Parque Nacional do Iguaçu, só reforçou a preocupação.
Fonte: Tribuna do Norte