O Golfo do México é uma das maiores zonas de reprodução das tartarugas marinhas. Por isso, quando centenas delas, além de outros animais, começaram a aparecer mortas nas praias da região, logo depois do início do vazamento da BP, cada carcaça foi tratada como prova de um caso de assassinato em massa. E foram postas em sacos, congeladas e enviadas para o laboratório para autópsia.
Mas a causa das mortes está longe do óbvio. O governo federal americano investiga o que matou mais de 440 desses raros animais, desde o fim de abril de 2010. Pelo menos metade delas foi encontrada no Mississipi.
Um dos problemas é que, até agora, a maioria das tartarugas não mostra nenhum sinal de contaminação. A pergunta que fica é: se não foi o óleo que as matou diretamente, o que foi então?
Os pesqueiros de camarão representam uma grande ameaça para as tartarugas, porque arrastam a rede sobre a água durante longos períodos. E se o animal se prender nela não pode subir à superfície para respirar.
Para evitar que as tartarugas se afoguem, a NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) exige que os pesqueiros instalem um mecanismo de escape, chamado dispositivo de exclusão da tartaruga, ou TED. Embora haja menos pesqueiros em Louisiana e no Mississipi nesta temporada, a atividade ilegal cresceu.
A hipótese é de que as tartarugas, para fugir da mancha de óleo, passaram a nadar mais perto da praia, correndo mais riscos. Em um ano normal, um instituto recebe de uma a duas tartarugas presa por anzol. Este ano já foram 20 casos.
No laboratório, sabe-se que não existe apenas uma causa para as mais de 100 carcaças que estão sofrendo dissecação. Mas mesmo assim, encontram-se evidências óbvias. Muitas são pegas pelas redes dos pequeiros; outras ingerem óleo; algumas ainda apresentam estado de desnutrição.
Os tecidos dos mais de 440 animais serão analisados, e se ficar comprovado que o óleo foi o causador da morte, esse resultado vai determinar a indenização imposta a BP, sempre maior para espécies ameaçadas de extinção.
Fonte: G1