Várias das 600 espécies descobertas em 10 anos no Madagascar estão ameaçadas, diz WWF
9 de junho de 2011
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Mal conhecidas pelos cientistas, novas espécies descobertas em uma década de pesquisa em Madagascar já estão sob risco de extinção, alertou a organização ambiental WWF em um novo relatório.
Segundo a ONG, entre 1999 e 2010 foram descobertas 615 espécies de animais – quase uma a cada semana. O balanço inclui 385 plantas, 69 anfíbios, 61 répteis, 42 invertebrados, 41 mamíferos e 17 peixes.
Entre as novas espécies está uma lagartixa que chamou a atenção dos cientistas pela sua capacidade de mudar de cor. O animal tem uma coloração cinzenta e levemente marrom semelhante à da copa das árvores – o que lhe protege da visão de predadores – mas fica azul na época do acasalamento.
Desde 1999, a ilha no sudeste africano colaborou com 11 novas espécies de camaleões – entre as quais o Furcifer timoni, de um verde vibrante e pontos vermelhos e azuis na cabeça.
O camaleão vive nas florestas tropicais isoladas de Montagne d’Ambre, a 850 metros acima do nível do mar. Outros animais incluem cobras, rãs e um lêmure que é considerado o menor primata do mundo. Tem apenas 10 cm de comprimento e pesa 30 gramas.
“Este relatório sublinha o caráter único e insubstituível dos ecossistemas existentes em Madagascar”, disse o conselheiro de conservação o WWF britânico, Mark Wright.
Entretanto, lamentou o cientista, as novas espécies mal passaram a figurar nos livros de ciência e já estão ameaçadas.
Entre as ameaças a ONG destaca o desmatamento e a perda de ecossistemas. Mais de um milhão de hectares de mata foram derrubados e a extração de madeira voltou a subir.
Após um golpe de Estado em 2009, o país sofreu com a dificuldade de patrulhar inúmeros parques naturais, que ficaram a mercê de contrabandistas de madeira.
“Estamos trabalhando para estabelecer uma rede de áreas protegidas na ilha e para promover alternativas de renda sustentáveis, o que ajudaria as pessoas em Madagascar a viver em harmonia com a riqueza natural ao seu redor.”