O mês de agosto entrou na segunda quinzena sem que haja uma data marcada para a vacinação antirrábica pública. Depois dos episódios de reações adversas de animais que tomaram a vacina no ano passado, o Ministério da Saúde decidiu mexer no cronograma deste ano, para que análises mais completas sejam feitas antes da distribuição das doses.
Por causa do trauma de 2010 e do medo de esperar demais, os tutores de cães e gatos têm se antecipado e procurado hospitais veterinários ou pet shops para vacinar os animais. E o preço pode chegar a R$ 50. Inicialmente, a previsão era de que a remessa de doses chegasse aos postos públicos em setembro, mas o ministério já admite que a vacinação pode ocorrer somente no fim do ano.
Em 2010, a campanha chegou a ser suspensa depois de mais de 2 mil registros de reações adversas em cães e gatos que haviam sido imunizados. Em nota, o ministério afirma que a pasta “definiu com o laboratório responsável pelo fornecimento da vacina antirrábica para cães e gatos – o Tecpar – a realização de novas análises laboratoriais desta vacina. Esses novos testes provocaram atrasos em relação ao cronograma de entrega”.
O atraso não é visto com preocupação pelas autoridades de São Paulo, porque o Estado não apresenta casos de raiva humana transmitida por cães desde janeiro de 1997 e casos de transmissão de cachorro para cachorro desde 1998. “O que norteia a política de vacinação é o risco epidemiológico e, hoje, o risco de uma epidemia de raiva é mínimo”, diz Enrico Lippi Ortolani, professor titular da Faculdade de Veterinária da USP.
O Ministério da Saúde escolheu como prioritários na vacinação 11 Estados – Maranhão, Ceará, Pernambuco, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Alagoas, Sergipe e Mato Grosso do Sul – onde houve casos de raiva nos últimos três anos. São Paulo está incluído na fase seguinte, com os demais Estados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: DGABC