O contabilista Moacyr da Nóbrega é tutor da cadela Hanya, uma cocker spaniel de sete anos. “A vacinação, além de proteger o animal, protege o ambiente em que ele vive, e as pessoas que estão ao seu redor. Nesses sete anos de convivência, nunca deixei de vacinar Hanya. Por conta disso, ela nunca teve nenhum problema de saúde causado por vírus ou bactéria”, aponta.
Qualquer clínica ou pet shop com veterinário responsável está apta a imunizar os animais. A primeira vacina deve ser administrada por volta dos 45 dias de vida dos cães e dos 60 dias no caso dos gatos ou a critério do profissional, que vai avaliar a condição do animal, suas necessidades específicas e o tipo de imunizante. Geralmente é necessário aplicar um reforço depois de um intervalo de 21 a 30 dias. Somente a partir da 3ª dose elas passam a ser aplicadas anualmente por toda a vida do animal. A vacina contra leptospirose é uma exceção, já que precisa ser administrada a cada seis meses.
Algumas raças específicas, como o rottwailer e o dobermann, podem necessitar de doses adicionais aos esquema de vacinação tradicional, pois são cães sensíveis a uma doença chamada parvovirose ou enterite canina parvoviral. A virose é contagiosa e provoca alta taxa de mortalidade – cerca de 80% – principalmente entre cães jovens e de raças puras, animais fracos e debilitados por verminoses ou outras doenças.
As principais imunizações a serem administradas aos cães, além da anti-rábica – oferecida inclusive durante campanhas gratuitas – são a polivalente óctupla, (que protege contra uma série de doenças como a cinomose, pavovirose, parainfluenza, leptospirose, hepatite, adenovirose e coronavirose) e as vacinas específicas contra a giárdia, tosse dos canis, leishmaniose e leptospirose. No caso dos felinos, pode ser aplicada a vacina tríplica (contra panleucopenia, rinotraqueíte e calicivirose), quádrupla (todas as anteriores mais clamidiose) ou quíntupla (todas as doenças da quádrupla mais leucemia felina). Alguns tipos de fungos também poder ser evitados com a ajuda de imunizantes.
Boa parte das doenças preveníveis por meio da vacinação são potencialmente mortais para os animais e, no caso de sobrevivência, envolvem tratamentos prolongados possíveis sequelas . “É difícil diagnosticar essas doenças, já que todas elas possuem sintomas bem parecidos como vômito e diarréia. O primeiro procedimento é realizar uma série de exames, e a partir daí prescrever os tratamentos de acordo com os resultados”, adverte o veterinário Marco Granja, da Clínica Veterinária Pet Happy. Esperar que uma doença se manifeste para procurar imunização é inútil. “Um animal doente ou sob tratamento não pode ser vacinado”, completa.
Segundo o veterinário, de 20 a 30% dos tutores não têm conhecimento ou são mau orientados com relação à necessidade de vacinar seus animais, e acabam negligenciando esse cuidado tão importante para sáude dos animais. Ele reforça que doenças como leishmaniose e leptospirose são transmissíveis aos seres humanos, mais um motivo para não esquecer da vacinação.
Conheça as principais doenças que podem ser prevenidas com a vacinação
Cães
Cinomose – Enfermidade infectocontagiosa aguda, sub-aguda ou crônica. A transmissão se dá por vias respiratórias e digestivas. Pode causar vômitos, diarréia, hemorragias, sintomas respiratórios e nervosos. É mais mortal do que qualquer outro vírus.
Pavovirose – Doença muitp grave e contagiosa. Pode causar a morte súbita quando afeta o coração ou provocar Vômitos, diarréias e desidratações no modo gastroentestinal.
Parainfluenza – Se manifesta como uma tosse persistente às vezes associada a pneumonia. A doença é também chamada tosse dos canis.
Leptospirose – Doença infecciosa grave que atinge homens e os animais e é causada por uma bactéria presente na urina dos ratos e camundongos.
Hepatite – Afeta o fígado e pode provocar a morte antes mesmo do aparecimento de sintomas
Adenovirose tipo I e tipo II– O adenovírus tipo 1 provoca um quadro de hepatite infecciosa e ocasionalmente pode levar à morte. O tipo 2 provoca uma infecção respiratória
Coronavirose – Doença viral com um quadro semelhante à parvovirose.
Raiva – Doença mortal em 100% dos casos e transmissível aos seres humanos.
Gatos
Panleucopenia – Provoca sintomas relacionados com o sistema digestivo: vômito, perda de apetite e diarréia com ou sem sangue. A transmissão ocorre por contato direto do animal com as fezes e urina de animais infectados no ambiente. É a doença a que mais danos ocasiona ao gato doméstico em particular no mundo inteiro e a morte pode ocorre pouco tempo depois do aparecimento dos sintomas.
Rinotraqueíte – Virose que afeta mucosas nasais, traquéia e conjuntiva e causa sintomas parecidos com uma gripe (secreção nasal, espirros, tosse e pneumonia). Oherpesvírus não é eliminado do organismo do animal após o contato e, por isso, o gato não vacinado será portador definitivo do vírus, com risco de novas manifestações.
Calicivirose – Causa problemas respiratórios nos gatos contaminados, além de provocar ferimentos na boca. O vírus é muito resistente no ambiente.
Clamidiose – É uma zoonose (doença transmissível ao ser humano) responsável por conjuntivite e sintomas respiratórios nos gatos. Caracteriza-se por uma conjuntivite crônica e rinite moderada .
Leucemia felina – Doença incurável decorrente de um vírus responsável pelo aparecimento de tumores e queda de resistência do sistema de defesa do organismo. É mais comum em animais de vida livre ou que tenham contato com gatos vadios e a vida média de um animal doente é de 2 a 3 anos após a infecção.
Fonte: Diário de Pernambuco