Para quem estuda ou trabalha na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), em Piracicaba (SP), é comum conviver com animais silvestres de várias espécies. Pensando nisso, uma professora produziu um guia de convivência com a fauna, para que as pessoas saibam o que fazer caso topem com algum animal no dia a dia.
O campus já teve flagrantes de diversas espécies como patos, siriemas, quatis, tucanos, capivaras, saguis, além de felinos como gato mourisco e jaguatirica. Uma onça-parda já chegou a ser flagrada no campus.
Esses animais estão no local por conta do ambiente. O campus Luiz de Queiroz tem 3.825 hectares e ocupa cerca de 49% do total da USP, grande parte com áreas verdes.
Pensando nesse encontro frequente entre animais e humanos, a professora Kátia Ferraz lançou o guia “Coexistência com a fauna no campus USP Luiz de Queiroz”. O material traz as espécies mais encontradas e orientações importantes sobre a interação.
“Nós temos vários alunos da graduação desenvolvendo projetos aqui no campus com algumas espécies, tentando entender o seu comportamento, tentando entender quais interações ocorrem, onde elas ocorrem e quais são essas espécies, para que nós possamos, a partir do entendimento dessa situação, promover mudanças a favor dessa coexistência entre pessoas e fauna.”
Entre outras orientações, o livro alerta para o que fazer no caso de encontro com animais de grande porte, como a onça parda.
“É importante manter a calma, se afastar, se distanciar e deixar o animal seguir o seu caminho”, afirma Kátia.
O estudante Lucas Marquioni de Jesus faz o monitoramento de animais dentro da Esalq. “O meu projeto é de monitoramento da onça aqui no campus e na região. É um animal muito esperto, ela tem muito interesse e certo receio das pessoas”, afirmou.
Privilégio
O funcionário da biblioteca central, Álvaro Sobreiro Filho, relata que já encontrou vários animais silvestres no entorno. “Sempre aparecem os quatis, aquele outro gambazinho, sempre tem por aqui. O povo tem visto, apareceu cobra, esses dias apareceu onça.”
“Eles já estavam aqui antes de construir o prédio, então eles só estão tomando conta do que é deles.”
Para a bibliotecária Silvia Zensly, é um privilégio conviver com a fauna no campus. “Tinham duas emas e eu vi também famílias inteiras de quatis. Tatu eu já vi, são lindos”, afirmou.
Durante a gravação da reportagem, a professora Kátia Ferraz recebeu uma ligação da Guarda do Campus, que informou que 11 filhotes de jiboia foram capturados e depois soltos em uma área de mata, um momento raro.
“Foi uma sorte, né? Hoje é um dia de sorte.”
Fonte: G1