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DANOS À SAÚDE

USDA é pressionada a remover a categoria de laticínios das diretrizes alimentares de 2025

25 de setembro de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração

Uma nova carta aberta, assinada por dezenas de nutricionistas e profissionais de saúde, solicita que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) retire a categoria de laticínios das Diretrizes Dietéticas para Americanos (DGA) de 2025. A iniciativa é liderada pela organização Switch4Good, que defende uma alimentação sem laticínios, argumentando que a recomendação do consumo de leite e seus derivados não é equitativa nem necessária para todos os americanos.

As Diretrizes Dietéticas para Americanos são atualizadas a cada cinco anos pelo USDA e pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS). Essas diretrizes oferecem recomendações sobre hábitos alimentares para promover a saúde e reduzir o risco de doenças crônicas. Apesar de estudos cada vez mais robustos apontando para os riscos à saúde associados ao consumo de laticínios, o USDA continua a recomendar produtos como leite, iogurte e queijo com baixo teor de gordura, além de destacar o leite de soja como uma alternativa viável.

A Switch4Good propõe que os laticínios sejam reclassificados dentro da categoria de proteínas, em vez de manterem uma seção exclusiva nas diretrizes. No entanto, o grupo admite que é improvável que o USDA remova completamente os laticínios, devido aos seus vínculos estreitos com a indústria do setor. “Nosso objetivo é promover mudanças incrementais”, afirma a organização.

A carta destaca que muitos americanos, especialmente minorias étnicas, não consomem laticínios regularmente. A intolerância à lactose, por exemplo, afeta cerca de 90% dos asiático-americanos e 80% dos afro-americanos e nativos americanos. Assim, a recomendação de laticínios é considerada “injusta e problemática” por não atender às necessidades de toda a população, marginalizando aqueles que, por razões culturais, éticas ou de saúde, optam por não consumir esses produtos.

Tiffany Bruno, nutricionista e diretora de educação da Switch4Good, enfatiza que a proposta é baseada em evidências científicas sólidas, apoiada por especialistas de diversas áreas. Segundo ela, a inclusão de alternativas nutricionais que respeitem a diversidade alimentar é essencial para uma orientação mais inclusiva.

A organização também está incentivando a população a participar do processo de consulta pública do USDA, enviando comentários por meio de um modelo disponibilizado em seu site. Em 2020, a Switch4Good conseguiu que o leite de soja fosse reconhecido como uma alternativa nutricionalmente equivalente aos laticínios nas diretrizes atuais.

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