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Uruguaio reencontra cão adotado por ingleses que vieram a pé para a Copa

9 de junho de 2014
4 min. de leitura
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Foto: Paula Menezes/G1
Foto: Paula Menezes/G1

O estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, foi testemunha de um reencontro emocionante neste domingo (8). Foi ali, ao lado do palco da Copa do Mundo na capital gaúcha, que o uruguaio Ignacio Etchitchury matou a saudade de Negro, seu cachorro doméstico desaparecido no Uruguai há quase dois meses. Adotado por um grupo de torcedores ingleses que veio a pé ao Brasil para assistir aos jogos da seleção do país, o animal foi devolvido ao tutor. A cena teve direito a abraços, lágrimas e latidos de felicidade.

Mestiço de labrador, o SRD havia sumido de casa ainda em abril, na praia de Solís, no departamento de Maldonado. O uruguaio de 24 anos conta que, após três semanas sem ter notícias do companheiro, viu na televisão uma reportagem sobre os aventureiros ingleses que iam a pé da Argentina para Porto Alegre para torcer pela Copa do Mundo. Para sua surpresa, notou que o cão de pelo preto que acompanhava o grupo era Negro, embora tivesse sido rebatizado como Jefferson.

Nacho, como o uruguaio é conhecido, prontamente procurou os estrangeiros por uma rede social. Para comprovar que era o tutor, enviou fotos de Negro ainda pequeno, há cerca de sete anos, quando o ganhou de presente um amigo. Ficou sabendo do itinerário dos viajantes e combinou o encontro em Porto Alegre. Chegou à capital gaúcha na sexta-feira (6) e ficou à espera dos ingleses. Por volta das 14h deste domingo, o sonhado momento aconteceu.

“Depois que passaram as semanas, havia perdido a esperança de encontrá-lo. Não tenho palavras para eles (ingleses). Foram muito amáveis desde o primeiro dia que os contatei. Quero agradecer a eles. Agora, o Negro tem dois nomes”, declarou Ignacio ao G1, emocionado.

Negro – ou Jefferson – permaneceu seis semanas com os ingleses Adam Burns (27), David Bewick (32), Pete Johnston (30) e Ben Olsen (31). Os três primeiros saíram de Mendoza, na Argentina, com destino a Porto Alegre, quase 2 mil quilômetros depois. O quarto se juntou ao grupo pelo caminho. O projeto foi batizado de Walk to the World Cup (Caminhada para a Copa do Mundo).

Em meio à jornada, que terminou com a chegada à capital gaúcha, os ingleses encontraram o cachorro perdido na costa uruguaia. Desde então, o animal passou a segui-los. Percorreu quase 500 quilômetros lado a lado com os viajantes e ganhou até identidade completa: Jefferson Ramsey Moore. Os dois “sobrenomes” são homenagens aos lendários Alf Ramsey e Bobby Moore, respectivamente técnico e capitão do time da Inglaterra campeã do mundo em 1966.

Após a aventura no Mundial, Adam já planejava levar o cachorro para Sidney, na Austrália, onde mora atualmente. Com tantos dias de convívio, o inglês relata que irá sentir saudades do amigo canino. “Ele é muito protetor com a gente. Estava sempre atrás de mim. Mas dá para ver como Nacho o ama, chorou muito no reencontro. Ele é um animal amável, fantástico”, elogia o relações públicas.

A aventura

Foram mais de três meses com os pés na estrada. A jornada começou em 3 de março, em Mendoza, na Argentina. Em Porto Alegre, os quatro amigos ficarão hospedados na casa de uma gaúcha que se prontificou a recebê-los. Na próxima terça-feira, deixam Porto Alegre e vão de avião para o Rio de Janeiro. De lá, eles partem para Manaus para assistir à estreia da Inglaterra na Copa contra Itália.

Depois, o roteiro inclui a cidade de São Paulo, onde a seleção do país atua diante Uruguai. Para o confronto, porém, os ingleses ainda não têm ingressos. As andanças pelo Brasil incluem ainda Belo Horizonte, quando verão de perto o confronto diante da Coréia do Sul. A “base” dos amigos durante o torneio será na capital carioca.

Quado a Copa acabar, a ideia do grupo é ir para o interior da Bahia para ver de perto um projeto que eles estão ajudando a financiar. O grupo busca doações para um novo poço de água, já em construção, para atender a atingidos pela seca na região. Até agora, o grupo arrecadou, pela internet, cerca de 10 mil libras (ceca de R$ 37,7 mil), metade do que querem conseguir até o final da estadia no país.

Fonte: G1

 

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