Ursos explorados para a extração de bile, substância produzida pelo fígado desses animais, tiveram suas vidas transformadas por uma ONG no Sudeste da Ásia. Resgatados, eles foram retirados de condições desumanas e levados a um santuário, onde vivem em paz.
O documentário “Bears about the house”, da rede britânica BBC, mostra o trabalho da entidade, que atualmente mantém 24 ursos em um santuário no Laos.
Dentre os animais recentemente resgatados está uma fêmea de urso malaio. Encontrada presa em uma jaula, ela tinha apenas cinco meses quando foi salva não só da exploração e dos maus-tratos, mas da fome. Desnutrida, a ursinha ganhou peso após ser retirada das mãos dos traficantes.
Sua mãe foi morta por caçadores e ela seria condenada à vida num cativeiro clandestino caso não tivesse sido resgatada. Sua barriga seria perfurada para extração da bile. Quando envelhecesse, seria morta e sua pele seria vendida.
Cuidados no santuário
Até dois anos de idade, o filhote depende da mãe. Por isso, após o resgate, a ursa passou a ser tratada pela equipe de profissionais da ONG, que lhe ofereceu leite de duas em duas horas para fortalecê-la. No início, ela ficou na casa do especialista em grandes mamíferos da ONG e, após um mês, ganhou peso e foi transferida para o santuário, onde os ursos permanecem até terem condições de voltar para a natureza.
O local abriga ursos tibetanos e malaios, que sofreram uma redução de 70% em suas populações no sudeste asiático. A maior responsável por essa queda é a exploração de bile. A substância dá origem a remédios, pastas de dente e até shampoo. Sem qualquer comprovação científica de eficácia, a bile tem seu poder curativo contestado pela medicina – apesar disso, os produtos seguem tendo compradores.