Quando foram encontrados, Ant e Kham nem sequer foram reconhecidos como ursos. Estavam trancados em uma pequena gaiola em um canteiro de obras no Laos, onde viviam suas vidas como animais de estimação alimentados apenas por bananas.
A dupla de ursos-negros-asiáticos (Ursus tibetanus) estavam muito magros e quase não tinham pelos, em vez de ostentarem o belo casaco preto grosso sobre seus corpos, típico da raça. O fundo Free The Bears, alertado sobre a situação dos animais, viajou para resgatá-los em fevereiro do ano passado.
A desnutrição severa foi combatida com uma dieta alimentar riquíssima na sala de quarentena que os acomodou logo que chegaram ao centro de resgate Bear Rescue Centre em Luang Prabang, no Laos, após uma longa viagem.
Os socorristas conseguiram mais informações sobre o passado dos animais. “Disseram-nos que eles só tinham sido alimentados com bananas”, disse Rod Mabin, gerente de comunicações da Free The Bears, ao site The Dodo. “Ambos os ursos eram muito magros, letárgicos e muito pequenos para a idade, mais próximos do tamanho de filhotes de 6 a 9 meses de idade, apesar de terem de 2 a 3 anos de idade.”
Depois de algumas semanas de refeições constantes, remédios e espaço para se movimentar, os filhotes se sentiam mais fortes – e até puderam ser colocados em contato com um novo amigo. Inicialmente foram cautelosos, mas logo começaram a interagir e aprender muito com ele. Atualmente vivem ao lado de vários outros jovens resgatados, e a equipe espera levá-los para uma floresta ainda maior no final deste ano.
“Agora que eles estão no caminho da recuperação, gostam de fazer o que todos os filhotes de urso amam – escalar, lutar, brincar de lutar, comer e dormir”, disse Mabin. “Ant gosta de tirar uma soneca em sua rede. Os dois permanecem muito próximos e muitas vezes vemos os dois tirando um cochilo juntos.”
Faz agora um ano desde que foram resgatados, e Ant e Kham se transformaram completamente. O pelo deles está começando lentamente a ficar mais grosso, mas só o tempo dirá se irão ganhar um verdadeiro manto negro. Eles nunca chegarão ao tamanho dos outros ursos da mesma idade e precisarão de cuidados vitalícios, mas poderão viver até 40 anos.
“Eles não são apenas uma inspiração para todos os associados do Free the Bears, eles também inspiram os muitos milhares de visitantes que passam por [nosso centro de resgate], ajudando a aumentar a conscientização sobre o comércio ilegal de animais selvagens e questões de conservação da vida selvagem”, disse Mabin.
Fonte: Revista Planeta