Imagens raras registradas por pesquisadores de instituições dos EUA, do Canadá e da Noruega mostram que famílias de ursos-polares estão deixando suas tocas mais cedo no Ártico do que o observado em estudos anteriores.
Publicada na revista científica “Journal of Wildlife Management” nesta quinta-feira (27/02), Dia Internacional do Urso-Polar, a pesquisa mostra que, em Svalbard, na Noruega, os ursos estão emergindo de suas tocas por volta de 9 de março, um período significativamente mais cedo do que o registrado anteriormente nesta população.
E segundo os autores da pesquisa, este abandono precoce das tocas é uma tendência preocupante que pode comprometer seriamente a sobrevivência dos filhotes dessa espécie de mamífero, uma vez que eles têm menos tempo para se desenvolver antes de se aventurarem no gelo marinho.
A fase da toca (chamada de “denning” em inglês) é o período em que as mamães ursas polares ficam com os seus filhotes em cavernas após o nascimento das crias. Nos refúgios, que são construídos pelas fêmeas, os filhotes ficam protegidos de predadores e conseguem se adaptar ao frio extremo.
Esse é o período mais vulnerável na vida de um urso polar. A pesquisa estima que menos de 50% dos filhotes chegam à idade adulta. Por isso, a sobrevivência dos filhotes nessa fase sustenta a continuidade da espécie.
As imagens da pesquisa foram capturadas por quase uma década, algo possivelmente inédito. O período foi necessário por conta da dificuldade de se estudar as tocas, justamente porque as fêmeas as constroem em regiões de difícil acesso em meio à neve e gelo do Ártico.