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HABITATS DESTRUÍDOS

Ursos-polares estão cada mais próximos de áreas urbanas por causa das mudanças climáticas

25 de agosto de 2023
3 min. de leitura
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Foto: Alex Berger/Flickr/Creative Commons

Os moradores de Churchill, no Canadá, cidade conhecida popularmente como a “capital dos ursos-polares”, foram visitados por um número elevado desses animais recentemente. O motivo disso, muito provavelmente, é o derretimento do gelo marinho.

A quantidade de ursos em 2023 no município, localizado na província de Manitoba, poderá superar um recorde batido 20 anos atrás, segundo informaram as autoridades locais à emissora canadense CBC.

Até 16 de agosto, os oficiais do Programa de Alerta de Ursos Polares (PBAP), financiado pelo governo da cidade, receberam 76 ligações de residentes sobre avistamentos desses animais. Três dos animais foram transferidos para um centro de contenção a leste de Churchill.

Para se ter uma comparação: no mesmo período do ano passado, houve apenas 18 chamadas ao PBAP. E os oficiais não tiveram de capturar, sedar ou alojar nenhum dos ursos; inclusive, o programa de captura e libertação normalmente só começa em outubro.

De acordo com dados do governo de Manitoba, fornecidos ao site Live Science, os policiais recebem em média cerca de 250 ligações de residentes e detêm cerca de 50 ursos polares todos os anos. O número recorde de ursos capturados num único ano foi de 176, em 2003. A maioria dos avistamentos ocorre em outubro e novembro – por isso, é esperado que a quantidade em 2023 ultrapasse facilmente a média caso a tendência atual continue.

“Há tantos ursos-polares dentro e ao redor da cidade de Churchill que estamos observando números recordes este ano. E isso é fortemente influenciado pelo local onde o último gelo na Baía de Hudson derrete”, explica Chantal Maclean, oficial de conservação de Churchill.

Na primavera canadense, os estimados 616 ursos polares que vivem ao longo da costa ocidental da Baía de Hudson, no nordeste do Canadá, chegam a diversos locais a várias centenas de quilômetros do litoral, estendendo-se do sudeste da província de Nunavut ao noroeste de Ontário. Segundo Maclean, apenas metade dos ursos marcados pelos cientistas costumam passar os verões em Manitoba.

“Este ano, todos os ursos que marcamos – exceto quatro em Ontário e um em Nunavut – estão em Manitoba. O que provavelmente significa que teremos uma temporada de ursos muito movimentada”, prevê a oficial à CBC.

A captura dos ursos

Os oficiais de conservação relatam que primeiro tentam expulsar os ursos polares problemáticos de Churchill em direção a Button Bay, usando cartuchos de espingarda com projéteis macios. Outra opção é afugentá-los com o barulho e o vento de helicópteros.

Se nada disso funcionar, os ursos-polares são sedados e depois levados de avião para o local de detenção. Em 8 de agosto, por exemplo, foram necessárias 10 pessoas para transportar um urso sedado para a carroceria de um caminhão da polícia canadense. Este e os outros dois animais enviados à detenção serão libertos após 30 dias, de acordo com Maclean.

Após os oficiais receberem uma ligação sobre mais um urso em uma praia em Churchill, mas não terem conseguido localizá-lo, Ian Van Nest, gerente da Equipe de Alerta de Ursos Polares da Conservação de Manitoba, contou que o grupo está monitorando o progresso de sete outros ursos polares ao longo da costa, mais a leste.

Enquanto ele dirigia, deparou-se com um aglomerado de veículos cheios de turistas estacionados na beira da estrada — o que ele interpretou como um sinal de que pelo menos um desses ursos-polares poderia estar por perto.

Então, a cerca de 50 metros entre a estrada e a baía, Van Nest viu um urso de cerca de 200 quilos tomando Sol em uma rocha. Os turistas permaneceram em suas vans e picapes. “Com certeza estamos nos preparando para uma temporada e tanto”, disse o membro da Equipe de Alerta de Ursos Polares da Conservação de Manitoba.

Fonte: Galileu

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