(da Redação)
Os emblemáticos ursos pardos do Parque Nacional Yellowstone estão quase perdendo a proteção sob a Lei de Espécies Ameaçadas (ESA), apesar de diferentes opiniões sobre a situação de suas populações. As informações são da Care2.
Em 2007, o Serviço de Vida Selvagem americano (FWS) tirou os ursos pardos da lista de espécies ameaçadas de extinção, mas colocaram-nos de volta em 2009 depois de uma ação movida pela Greater Yellowstone Coalition, que argumentou que a FWS não tinha considerado a perda da principal fonte de alimento dos ursos – os pinheiros whitebark. A manutenção da proteção aos ursos ganhou amplo apoio público, e a decisão de mantê-los listados foi acolhida pelo Tribunal de Apelações para o Nono Circuito em 2011.
Apesar dos ursos pardos terem uma dieta variada, os pinheiros whitebark representam uma fonte crítica de alimento no outono, antes deles entrarem em hibernação. Infelizmente, essas árvores estão sendo destruídas por ferrugem e por besouros que têm se movido para as florestas como resultado de invernos mais quentes. A perda da principal fonte de alimento leva a outros problemas, pois leva os ursos a vagar atrás de comida, o que indubitavelmente acarreta em mais conflitos com humanos e mais ursos sendo mortos.
Está em questão agora a contagem de seus números e o quanto a perda dos pinheiros irá afetar o futuro desses ursos. De acordo com o Interagency Grizzly Bear Study Team (IGBST), haveria 629 ursos, mas este número foi atualizado para 741 após a adoção de um novo modelo de cálculo populacional. De acordo com o Centro de Diversidade Biológica, outros estudos questionaram a exatidão dos dados da FWS, oferecendo evidências de que estes números pudessem estar inflados por manipulação na coleta de dados e indicando que as populações estão realmente declinando com a perda dos pinheiros whitebark. O Centro também está acusando a FWS e os cientistas federais de ocultarem dados que comprovem os números divulgados.
Os conservacionistas também alertam para o fato de que os ursos, que têm se reproduzido mais lentamente, não serão capazes de lidar com os fatores de stress com os quais continuam a se defrontar, incluindo a falta de diversidade genética e os conflitos com humanos e outros animais – como os bovinos criados para consumo humano. Cientistas já admitem que as populações de ursos diminuíram em crescimento pois há mais indivíduos compartilhando os mesmos recursos.
“O governo está manipulando dados para conseguir produzir o resultado que quer, no sentido de justificar a retirada dos ursos da lista. Na realidade, pesquisadores de ursos dizem que as populações já estão apresentando declínio há cinco anos”, disse Louisa Willcox, uma voluntária do Centro. “Os ganhos árduos para restaurar as populações de ursos ao longo dos últimos 38 anos serão rapidamente perdidos se as tendências atuais continuarem a ser de declínio – e a saída da lista levará os magníficos ursos de Yellowstone novamente à beira da extinção”.
Um subcomitê de Ecossistemas de Yellowstone do Comitê Interagências de Ursos Pardos (IGBC) votou a favor de prosseguir com a remoção de ursos da lista de espécies ameaçadas, em reunião realizada recentemente em Bozeman (Montana). No entanto, alguns funcionários ainda estão relutantes em tomar uma ação e estão esperando os resultados de um outro estudo que será lançado no final deste mês sobre o impacto da perda de pinheiros whitebark.
Se a proteção for retirada, a caça é liberada. Isso ocorreu em um passado recente com os lobos, ou mesmo com os ursos pardos em outra época, o que resultou em um completo desastre. Quando eles perderam a proteção, houve um recorde de animais mortos por caçadores e outras pessoas.
Espera-se que a FWS tome uma decisão a respeito na próxima semana, baseada nas recomendações do IGBC.
Assine a petição para que os ursos pardos continuem com a proteção da Lei.