Vídeos de um circo na cidade de Dayton, Ohio (EUA) denunciam a exploração animal de dois ursos pardos. Em um ambiente em que a exploração animal é normalizada, ursos vestindo fantasias são vistos dançando em um palco, apoiados em suas pernas traseiras. Ursos selvagens não estão fazendo isso por vontade própria, certamente são treinados de formas abusivas por treinadores em situações cruéis.
Informações do The Dodo explicam que neste circo, o Antioch Shrine Circus, os treinadores puxam os ursos por cordas presas aos focinhos, forçando os animais a correr, saltar e empinar. Além disso, também carregam chicotes para disciplinar os ursos em caso de necessidade.
Em fevereiro, uma mulher chamada Sherry Drescher filmou uma apresentação no circo Antioch Shrine e publicou nas suas redes sociais. Em seguida, a Animal Defenders International (ADI), uma organização de bem-estar animal, compartilhou as imagens de Drescher em sua página no Facebook, o que denunciou os maus-tratos animais mais uma vez diante dos tratamentos dos circos para com os animais selvagens.
“Não acredito que animais ainda sejam usados em circos em qualquer parte do mundo, especialmente nos EUA”, mencionou um comentarista da publicação no Facebook. “Que os animais sejam animais e sejam deixados sozinhos para viver suas vidas como desejam em seu habitat. Eles não estão aqui para o nosso entretenimento”.
Lesley McCave, diretora de comunicação da ADI, explicou ao The Dodo que os dois ursos foram fornecidos para o circo Antioch Shrine pela Hall’s Bears, empresa que aluga animais para apresentações de circo. “O provedor de circo normalmente assina contratos com um conjunto selecionado de animais (e humanos) em cada temporada, portanto, mudando o entretenimento de ano para ano para o público repetido”, disse McCave. “Por exemplo, um ano [eles] têm ursos, cavalos e o cara de bala de canhão, e no ano seguinte [eles] trazem tigres, elefantes e um trapezista”.
De acordo com a investigação da ADI sobre a empresa que aluga animais, eles são forçados a ficar presos em celas praticamente o dia todo, todos os dias, e forçados a se apresentar, em seguida levados de volta a suas gaiolas e jaulas .
E além de serem mantidos em compartimentos precários, os animais explorados são comumente maltratados durante os treinamentos e também fora deles. “Nossas investigações revelam métodos de medo, intimidação, violência, privação emocional e retenção de alimentos, a fim de forçar animais exóticos e selvagens a realizar as apresentações em circos”, disse McCave.
“Os ursos são conhecidos por sua inteligência e natureza inquisitiva”, acrescentou McCave. “Dentro do ambiente de circo itinerante, eles podem passar 90% de seu tempo enjaulado em um caminhão, privados de quase tudo o que é natural para eles, incluindo a capacidade de procurar alimentos e desfrutar de contato social com outros ursos.
Torturas do cativeiro e da exploração
Como consequência do cativeiro e dos maus-tratos, os ursos sofrem terrivelmente, demostrando altos níveis de comportamento anormal e indícios de estresse, ansiedade e depressão. A zoocose é o termo que descreve os comportamentos atípicos de animais cativos, que sofrem com o aprisionamento, a incapacidade de viver uma vida normal e livre e os maus-tratos intrínsecos ao cativeiro.
Para não incentivar os circos e a exploração de animais para entretenimento, é preciso, além de não comprar e ajudar financeiramente apresentações com animais, compartilhar a indignação e manifestar apoio a quem luta contra o abuso e exploração de qualquer animal selvagem em prol do entretenimento humano e lucro.