O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) concedeu uma liminar que libertará o urso Robinho, mantido em cativeiro pelo Zoológico de Goiânia há 16 anos. Ele será transferido para o Santuário Rancho dos Gnomos, na cidade de Joanópolis, em São Paulo. A boa nova veio após uma longa batalha judicial travada por ativistas em defesa dos direitos animais e o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal.
A decisão foi conferida em segunda instância pelo desembargador Sebastião Fleury, que apontou que o zoo não é o ambiente ideal para o ursinho. “O urso Robinho nasceu em cativeiro, estando no zoológico desde o seu nascimento, todavia, isso não desconfigura a sua condição de animal, cujo ambiente natural encontra-se nos países da América do Norte e da Europa, com clima mais ameno”, disse.
Ele afirma ainda que a temperatura da capital goiana é muito elevada para o animal da espécie. “É cediço (sabido) para aqueles que vivem em Goiânia que o clima é sempre de muito calor, durante quase todo ano, além de seco, como nesta época, com elevadas temperaturas, a partir do mês de agosto e calor extenuante”, assinala Fleury.
O desembargador concluiu reafirmando que é nítido que “o animal em questão está submetido a ambiente diversamente oposto ao seu habitat” e determinou a transferência de Robinho para o Rancho. Agora, o ursinho terá um recinto individual com mais de dois metros quadrados de diâmetro, piscina com água corrente, muitas árvores e uma caverna artificial.
Robinho nunca mais será forçado a interagir com o público e terá a oportunidade de conviver com os ursos Dimas e Kátia, agora chamados de Verrú e Mizar, transferidos há cerca de um ano de um zoo do Ceará. O Rancho dos Gnomos também foi o lar da ursa Marsha, a ursa mais triste do mundo, que faleceu recebendo muito amor e carinho da equipe do santuário.
A mãe do urso Robinho chegou ao zoo de Goiânia nos anos 80 e deu à luz ao ursinho já em cativeiro. Ele nunca conheceu a liberdade. Ela faleceu em outubro de 2019 após sofrer convulsões. Desde então Robinho vive sozinho. Felizmente, essa realidade mudará em breve. Confere abaixo na íntegra a decisão que liberta o urso:
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