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ASSUSTADO

Urso-pardo sobrevive a incêndios em Los Angeles após se esconder embaixo de uma casa

10 de fevereiro de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Departamento de Peixes e Vida Selvagem da Califórnia

Após os incêndios florestais que devastaram partes de Los Angeles, nos EUA, em janeiro deste ano, muitas famílias retornaram a suas casas para enfrentar desafios como contas vencidas, alimentos estragados e danos causados pelo fogo. No entanto, para Samy Arbid, o obstáculo era incomum: um urso-preto de mais de 200 kg, apelidado de Beary, havia se instalado sob a casa da família.

Beary já era um visitante conhecido da propriedade. Antes da família de Arbid se mudar para o local, o urso costumava usar uma área escavada sob a casa como abrigo temporário. Mesmo após a chegada dos novos moradores, o animal manteve sua rotina, ignorando a presença humana. Quando a família procurou ajuda, o serviço de controle de animais e o Departamento de Peixes e Vida Selvagem da Califórnia confirmaram a presença do urso, mas informaram que não podiam intervir, já que o animal não representava uma ameaça imediata.

Com a chegada dos incêndios, a família foi forçada a evacuar a área. Ao retornar, esperavam que Beary tivesse partido em busca de um novo refúgio. No entanto, o urso ainda estava lá, impedindo até a reativação do serviço de gás. Diante da situação, o departamento de vida selvagem decidiu agir, já que a casa estava localizada em uma zona de recuperação de emergência.

Kevin Howells, um cientista ambiental do departamento, avaliou a situação e concluiu que o urso era grande demais para ser sedado e removido com segurança. Em vez disso, optou por uma abordagem menos invasiva: atrair o animal com comida. Howells preparou um banquete com frango assado, sardinhas e maçãs untadas com manteiga de amendoim, colocando a isca em uma armadilha.

A estratégia funcionou. Poucos minutos depois, Beary saiu de seu esconderijo, entrou na armadilha e acionou o alçapão. O urso foi transportado para a Floresta Nacional de Angeles, onde recebeu uma avaliação de saúde, uma coleira com GPS e foi solto logo após a meia-noite.

Uma vitória questionável

Embora a remoção de Beary tenha sido realizada sem ferir o animal, a situação levanta questões importantes sobre os direitos dos animais e a coexistência entre humanos e vida selvagem. Beary não estava invadindo a propriedade por malícia; ele simplesmente seguia seu instinto de sobrevivência, buscando abrigo em um território que já havia sido seu antes da chegada dos humanos.

A ação do departamento de vida selvagem, embora bem-intencionada, destaca a necessidade de políticas mais robustas para proteger os habitats naturais dos animais, especialmente em áreas afetadas por desastres ambientais, como incêndios florestais. A remoção de Beary pode ser vista como um exemplo de como os humanos frequentemente priorizam suas necessidades em detrimento das dos animais, mesmo quando estes não representam uma ameaça direta.

Além disso, a soltura de Beary em uma floresta nacional, embora seja uma alternativa melhor do que a captura permanente, ainda o coloca em um ambiente que pode não ser familiar, longe de seu território original. A coleira com GPS pode ajudar a monitorar seu bem-estar, mas não garante que ele se adaptará ao novo habitat.

Reflexão sobre a coexistência

A história de Beary serve como um lembrete de que os animais selvagens são seres sencientes, com necessidades e direitos que devem ser respeitados. Em vez de simplesmente removê-los de áreas urbanas ou residenciais, é essencial que as autoridades e a sociedade busquem soluções que promovam a coexistência harmoniosa entre humanos e vida selvagem. Isso inclui a preservação de habitats, a criação de corredores ecológicos e a educação pública sobre como compartilhar o espaço com outras espécies.

Enquanto celebramos a liberdade de Beary, devemos também refletir sobre como nossas ações impactam o mundo natural e o que podemos fazer para garantir que histórias como essa tenham finais verdadeiramente felizes para todos os envolvidos.

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