Uma ursa, que costumava caminhar tranquila com seus filhotes num vilarejo da Itália foi morta a tiros na última quinta-feira (31/08).
Com o assassinato da mãe, seus dois filhotes ficaram abandonados, em um caso que revoltou toda a sociedade, principalmente os grupos de defesa dos direitos animais.
O caso foi nos arredores da cidade de San Benedetto dei Marsi, no Parque Nacional de Abruzzo, Lácio e Molise. Matar ursos é contra a lei na Itália. A polícia já identificou o suposto atirador e ele foi interrogado na delegacia.
Segundo as primeiras informações, ele teria dito que atirou por medo e sem intenção de matar, porque encontrou a ursa em sua propriedade e cometeu “um ato impulsivo, instintivo”. Porém, a família costumava passear pela cidade e nunca causou dano algum.
O Homem será processado pelo Ministério Público por crime de crueldade ou morte desnecessária de animais, que tem pena de quatro meses a dois anos de reclusão, e teve a arma apreendida.
“As apurações sobre a dinâmica dos fatos estão em andamento, e a equipe está empenhada em buscar os dois filhotes da ursa para avaliar os próximos passos”, disse o Parque em comunicado.
Dias antes de ser morta, a mamãe ursa havia sido filmada em uma cidade próxima com seus dois filhotes, de acordo com imagens de vídeo abaixo. As imagens eram consideradas um símbolo de integração entre cidadãos e fauna. Ela era conhecida como “Amarena” (cereja preta), em homenagem à fruta que comia.
Desde ontem, mais de 100 homens estão à procura dos filhotes com o auxílio de drones.
O Parque Nacional de Abruzzo, Lácio e Molise abriga cerca de 50 ursos pardos, uma espécie encontrada no centro da Itália.
“O episódio é gravíssimo, causa um dano enorme à população [de ursos do local] que tem cerca de 60 exemplares, atingindo uma das fêmeas mais prolíficas da história do Parque”, prosseguiu o texto.
“Obviamente não existem motivações de nenhum tipo para justificar. Amarena, embora já tenha causado danos a atividades agrícolas e zootécnicas – sempre indenizadas pelo Parque – jamais havia ameaçado nenhum ser humano”, concluiu o Pnalm.
À ANSA, o diretor do Pnalm, Luciano Sammarone, também se indignou: “Dissemos e repetimos: ‘somos modelo, Abruzzo é modelo’. Não somos modelo de nada. Diante de homicídios que vemos nos jornais, a morte de uma ursa pode não parecer nada, mas não é assim”.
O governador de Abruzzo, Marco Marsilio, lamentou o caso e disse que a região vai entrar como parte interessada no processo contra o autor: “Representa um ato gravíssimo que deixa dor e raiva por um gesto incompreensível. Queremos tutelar a honra de nosso povo”.
Nas redes sociais, milhares de fãs de Amarena deixaram seus comentários: “É um dia de luto”; “era o símbolo do parque com seus passeios”; “a maldade não tem limites”; “não há paz neste mundo para eles”.
Com informações de: Terra