Foi adiada para data ainda a ser confirmada o mutirão no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), visando solucionar o problema da superpopulação de cães e, principalmente, de gatos. Os animais serão castrados voluntariamente por veterinários do Centro Municipal de Controle de Zoonoses, de clínicas veterinárias particulares e da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC).
O trabalho seria realizado nos dias 29 e 30 de agosto. O adiamento foi em decorrência do atraso da entrega do material de uso veterinário, adquirido pela Uefs.
Segundo a bióloga e coordenadora do Comitê de Ética no Uso de Animais em Pesquisas da Uefs, Ana Cerilza Santana Melo, “a castração dos animais foi a solução mais responsável para controlar a reprodução e crescimento da população dos animais”. O Comitê estima que pelo menos 200 gatos e 30 cães povoam o campus. A bióloga denuncia que o problema é causado não apenas pela reprodução descontrolada, mas também pelo abandono de animais praticado por moradores de bairros circunvizinhos e até por estudantes, funcionários e professores da Uefs.
A parceria da Uefs com o Centro Municipal de Zoonoses foi iniciada em 2007. Na oportunidade, o Comitê de Ética foi procurado pela Unidade de Organização e Desenvolvimento Comunitário da Uefs (Undec) para encontrar a melhor forma de controlar a superpopulação. O mutirão com as diversas instituições foi a opção escolhida.
Campanhas
De acordo com Ana Cerilza Melo, o abandono de animais não é exclusivo da Universidade. Foi constatado o crescimento da população de gatos, seja pela reprodução ou pelo abandono, em locais como refeitórios de indústrias, no Clube de Campo Cajueiro, no Hospital Especializado Colônia Lopes Rodrigues e no Presídio Regional de Feira de Santana. Ela acrescenta que, em função disso, após a ação na Uefs, novos mutirões sejam realizados em outros pontos da cidade.Uma campanha já foi iniciada na Uefs sobre a guarda responsável, os direitos e o abandono dos animais. O Comitê tem realizado palestras aos recém-ingressos do curso de Biologia, mas, após o mutirão, a campanha será ampliada, inclusive a bairros vizinhos à Uefs. “O controle da população em instituições é uma questão de saúde pública, já que os animais devem ser vacinados e vermifugados, o seja, medicados para o combate às vermes que podem ser transmitidos ao homem”, explicou
Legislação
Diante da legislação que, infelizmente, ainda regulamenta o uso de animais para a pesquisa, a Uefs já recorre a alternativas para o sacrifício de animais em grande escala. Um exemplo é a preferência, nas atividades, por animais mortos já conservados em formol, glicerina ou álcool.
Os direitos dos animais – o direito à vida, de ser respeitado e ser bem cuidado – serão discutidos de 4 a 6 de outubro na Uefs, durante o Encontro Nacional sobre Ética e Bem-estar Animal: Direito e Legislação e o 2º Encontro Estadual sobre Ética e Bem-estar Animal. As inscrições já estão abertas e as informações podem ser obtidas pelo (75) 3224-8398 ou no portal www.uefs.br, seção Processo Acontece (clique aqui).
Fonte: Jornal Feira Hoje