Por Lobo Pasolini (Da Redação)
Na mesma semana em que membros do parlamento europeu votaram pela proibição de produtos derivados de focas, os mesmos votaram terça-feira (05 de maio) em uma diretriz para atualizar a lei que rege o uso de animais em laboratórios na União Europeia, onde 12 milhões de cobaias são usadas anualmente. Na ocasião, os parlamentares voltaram suas costas aos animais, pressionados pelos interesses da poderosa indústria farmacêutica. As medidas que mais beneficiariam os animais foram descartadas.
Entre as medidas rejeitadas estão a obrigação de que todos os experimentos fossem aprovados com antecedência por autoridades centrais, restrições especiais no uso de primatas não-humanos e proibição de experimentos que causem sofrimento severo e prolongado nos animais. A Peta Europa disse que em alguns países da Europa, como a Inglaterra, a legislação piorou para os animais enquanto Michelle Thew, da União Britânica pelo Fim da Vivissecção (BUAV) expressou desapontamento com a falta de progresso na diretriz aprovada.
É claro que o único resultado satisfatório para os animais seria a abolição completa desses testes cruéis. Essa é uma área complicada e extremamente emotiva do abolicionismo animal. A dificuldade com o ativismo pelos direitos de animais em laboratórios é a falta da possibilidade de ação direta contra a indústria, o que talvez explique o número maior de protestos violentos nesse caso.
Enquanto um boicote a produtos alimentícios, de limpeza e de vestuário impacta diretamente nas indústrias de exploração animal que atuam nessas áreas, a mesma estratégia não funciona para os animais em laboratórios pela falta de opções enfrentadas pelos clientes da indústria da saúde, seja ela pública ou privada. Essa batalha será vencida com muito lobby político, debate, pesquisa ética, desconstrução da falsa imagem benevolente da comunidade científica pró-vivissecção e, quando possível, boicote a produtos oriundos de laboratórios que insistem em matar animais.