Por Juliana Marques, de Paris
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Um domingo frio e nublado se anunciava neste outono parisiense.

No 15º distrito de Paris, em uma celebração anual no mês de novembro, animais humanos e não humanos se espremem na entrada da pequena Igreja de Santa Rita.

Do lado de fora, às 15 horas, meia hora antes do início da missa de benção aos animais, camelos, lhamas, pônei, ovelhas e bode disputavam lugar com cães vestidos a caráter, gatos peludos, papagaios e coelhos.

Senhoras com seus “bichinhos de estimação” nos braços, em um desfile surreal de casacos, tocas e golas de pele, tentam entrar na igreja antes que o padre comece a falar.

Nao faltavam pessoas e nem mesmo um coral e orgão acompanhando o evento.

Entre uma bela oração pelos animais, protetores e amantes dos bichos, nao faltou o momento de pedir uma contribuição pra caixinha da igreja.

Afinal, segundo o próprio padre diz : “quem dera os outros domingos fossem assim tao lotados como este!”

Mas missa de bicho aqui em Paris é só uma vez por ano e mesmo sendo lembrado São Francisco, a data sempre cai no mês de novembro.

Muita gente ficou do lado de fora e os privilegiados que se espremiam entre os bancos, a imprensa e o aglomerado de curiosos, puderam presenciar um momento raro: a celebração do bicho homem e dos bichos de patas, pelos ou penas.

Também nao faltaram na saída da igreja os corajosos voluntários que distribuíram panfletos e folders divulgando o holocausto animal (a criação de gansos para a fabricaçao de foie gras, o uso indiscriminado dos animais na indústria de peles, os circos e as touradas).

Quem dera fôssemos mais a celebrar a vida, sem excluir uns e outros no respeito pelos animais.