Diz o ditado que o cachorro é o melhor amigo do homem. Na história de vida do empresário Euclides Bongiollo, o contrário se faz mais certo. Ele é o melhor amigo de seus mais de 20 cachorros adotados e bem cuidados. O adorador dos bichos, incomodado com as reclamações dos vizinhos devido aos latidos, alugou um sítio para tratar exclusivamente dos animais encontrados na rua. Mensalmente a família gasta em torno de R$ 2 mil para manter os cães limpos, cuidados e alimentados.
Salsicha, Cherri, Bianca, Dani, Pitoca, Branquinha…são algumas das superamigas de seu Bongiollo. Cada uma delas traz consigo algum momento compartilhado com o dono. Algumas com relatos de maus tratos, outras de abandono, mas todas elas com um final feliz. “Todos têm nome e conheço todos eles. Essa aqui, a Dani, cuido dela porque os donos morreram e ela ficaria sozinha. Os dois pequenos eu encontrei dentro de um saco plástico, ainda filhotes, largados no asfalto para morrerem atropelados. Estão aí, todos bonitos e cheirosos”, brinca.
Bongiollo e a esposa tinham locado um outro espaço para os cães, no bairro Michel. Mas devido às reclamações dos moradores dos arredores, eles optaram por transferir os bichinhos para uma espécie de sítio no bairro Vila Nova, em Içara. “Resolvemos, a mulher e eu, alugar um espaço para que eles fiquem seguros e bem cuidados. Por isso hoje, eles têm este espaço, próximo da natureza, para ficarem a salvo. Adoram estar aqui. E vez ou outra, levo-os na minha casa para passear. Lá tem mais três”, comenta o amigo dos cães.
Local limpo todos os dias
Diariamente, Marta, dona do local alugado, alimenta os cachorros e recolhe as fezes dos animais mantendo o canil sempre limpo. Potes de água e ração são separados para que não haja briga entre os cães. Um espaço de alvenaria foi construído para abrigá-los da chuva e durante a noite. Atualmente são mais de 20 cadelas tratadas por Bongiollo. “Não quero mais nenhum. É despesa demais. Estes aqui, sendo bem cuidados, está bom demais”, ressalta.
Segundo o empresário, ele recolhe fêmeas porque dão mais trabalho nas ruas devido ao cio e a gestação. Todas são vacinadas e castradas. “Não dou nenhuma para adoção por medo de não serem bem tratadas. Se eu pudesse pegava todos os bichos das ruas, mas não dá. Se um dia alguém me ajudar, quem sabe aumente o canil”, afirma Bongillo. O empresário tem dois filhos que também gostam de animais, em menos proporção, mas que ajudam os pais nos cuidados com as cadelas.
Como começou o afeto pelos animais
O empresário, bem sucedido, do ramo de correias e equipamento para mineração, Euclides Bongiollo, garante que a paixão pelos cães começou quando era ainda bebê. De família muito humilde, os pais não tinham recurso para comprar-lhe um berço. Então, a mãe improvisou uma cama feita de caixa de papelão. No entanto, as cobertas e vestimentas eram poucas durante o inverno. “Era uma caixa de sabão e como era muito frio a minha mãe colocava uma ninhada de cachorrinhos em cima para me aquecer. Tenho certeza que foi lá que começou essa ligação de afeto com os bichos”, relembra.
Como membros da família
Bongiollo tem mais três cães em sua residência. Segundo ele, os animais são como membros da família. Questionado sobre se as pessoas o chamam de maluco por investir tanto nos animais, ele é enfático. “Tenho poucos amigos e ninguém comenta nada. Os cachorros são meus verdadeiros amigos.” O empresário e a esposa já enterraram alguns dos bichos. Segundo ele, todos por velhice. “Uns cinco já partiram, mas tenho foto de todos eles na parede da minha casa”, afirma.
Quem entra no veículo particular de Bongiollo encontra no interior um saco plástico sempre cheio de ração. Por onde passa e encontra um animal, ele para e alimenta. “Nas minas que visito sempre encontro um cãozinho, por isso sempre tenho comida. E quando vejo algum animal morto na estrada, paro o carro e enterro. Sempre dou um jeito de enterrar para não ficar no asfalto apodrecendo.”, informa.
Sempre com uma de suas amigas no colo, o apreciador dos bichos explica que o amor que tem pelos cães não se explica. “Gosto e gosto muito.Vou cuidá-las até que eu morra e alguém cuide deles para mim”, finaliza o amigo dos cachorros.
Fonte: A Tribuna