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Uma em cada cinco espécies de vertebrados está ameaçada de extinção, e a taxa só aumenta

27 de outubro de 2010
2 min. de leitura
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Dois sapos-de-kihansi (Nectophrynoides asperginis), natural da Tanzânia, já foi extinto na natureza (Foto:Timothy Herman/IUCN)

Estudo com a participação de 174 pesquisadores de diversas instituições concluiu que uma em cada cinco espécies de vertebrados está ameaçada de extinção no mundo. E, pior, a taxa tem aumentado: no período de 1980 a 2008, em média 52 espécies de mamíferos, aves e anfíbios se moveram para uma categoria mais próxima da extinção a cada ano.

As principais causas para a perda de espécies são a expansão da agricultura, a exploração de madeira e a introdução de espécies invasoras que acabam competindo com as nativas. “A espinha dorsal da biodiversidade está sendo corroída. Um pequeno passo dentro da Lista Vermelha é um salto de gigante rumo à extinção”, disse Edward O. Wilson, um dos mais reconhecidos biólogos da atualidade, da Universidade Harvard. Ele não participou do trabalho.

As espécies estudadas constam da chamada Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). As categorias da lista são: menos preocupante, quase ameaçado, vulnerável, em perigo, criticamente em perigo, extinto na natureza e extinto (até em cativeiro).

Ânimo

Apesar de refletir a crise atual da biodiversidade, o documento, publicado na revista Science, serve para encorajar os esforços de conservação. De 25.780 espécies analisadas, 64 de mamíferos, aves e anfíbios tiveram melhora no status graças a ações realizadas por governos ou ONGs. “Mostramos que os esforços não são em vão. As ações de conservação estão fazendo a diferença. O que é preciso agora é aumentar o investimento”, disse Ana Rodrigues, uma das autoras do estudo, do Centro de Ecologia Funcional e Evolutiva, da França. Ela diz que a criação de unidades de conservação na Mata Atlântica permitiu evitar perda de hábitat e controlar atividades de caça – possibilitando que espécies como o mico-leão-dourado e o papagaio-de-cara-roxa não desaparecessem. Outro exemplo é a moratória para a caça de baleias, que garantiu a recuperação da baleia-azul.

Anfíbios

A maioria das ações de conservação tem como foco os mamíferos e as aves. O estudo aponta que os anfíbios estão em “situação calamitosa”, sofrendo com altos níveis de ameaça e pouco esforço de preservação. Um dos problemas é uma nova doença, altamente contagiosa, que parece capaz de levar dezenas de espécies à extinção em poucos anos – ainda não se descobriu a cura. “Nessa fase, a única solução é garantir que existam populações em cativeiro como um “seguro” contra extinção”, diz Ana.

O estado crítico dos anfíbios preocupa a ONG Conservação Internacional (CI). Andrew Rosenberg, vice-presidente da CI para Ciência e Conhecimento, afirma que eles são muito sensíveis à perda de hábitat e à degradação do ecossistema. Em agosto, equipes da CI e da IUCN começaram uma busca para tentar redescobrir cem espécies de anfíbios “perdidos” – animais considerados potencialmente extintos, mas que podem existir em alguns poucos lugares remotos.

Fonte: Estadão

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