Dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) nesta segunda-feira (20/10), combinados com plataformas de monitoramento terrestre, mostram que, entre 2015 e 2025, o Brasil foi responsável pela maior parte da perda líquida de florestas do planeta.
Foram cerca de 2,94 milhões de hectares de florestas perdidos por ano, enquanto o número global é de 4,12 milhões de hectares anuais. A parcela brasileira do desmatamento corresponde, portanto, a mais de 70% da perda total.
De acordo com o relatório Global Forest Resources Assessment (FRA 2025), a taxa anual da perda líquida de florestas caiu no mundo inteiro em relação às décadas anteriores — passou de cerca de 10,7 milhões de hectares/ano nos anos 1990 para 4,12 milhões de hectares/ano no período 2015 a 2025.
“As florestas plantadas representam cerca de 8% da área florestal total, cobrindo cerca de 312 milhões de hectares”, informa a FAO. “Sua área aumentou em todas as regiões desde 1990, mas globalmente a um ritmo mais lento na última década.”
A perda líquida é obtida pela diferença entre o desmatamento bruto e os ganhos florestais por replantio e regeneração natural, o que significa que uma área usada para a agricultura pode reduzir sua perda líquida sem necessariamente parar de explorar a floresta nativa.
O grande número associado à atividade do Brasil está relacionado ao peso do país no balanço mundial de áreas florestais, que cobrem até 32% da superfície da Terra. A Amazônia, maior floresta tropical do planeta, está em grande parte situada no Brasil, o que intensifica o impacto de suas mudanças sobre as métricas globais.
De acordo com plataformas independentes de monitoramento, como a Global Forest Watch, 2024 foi um ano recorde na perda de florestas tropicais, impulsionado sobretudo por incêndios e secas mais longas. No entanto, a taxa de perda líquida brasileira diminuiu com o aumento de políticas de proteção e fiscalização.
Brasil tem redução recorde em áreas desmatadas
Um levantamento do MapBiomas mostra uma redução de 32,4% sobre a área desmatada do Brasil ao longo de 2024, com quedas significativas avistadas sobretudo no Pantanal (58,6%, no Pampa (42,1%) e no Cerrado (41,2%). Mais de 89% de toda a área desmatada do país se concentrou nos biomas amazônico e no Cerrado.
De acordo com a ONU, “Cerca de 1,20 bilhão de hectares (29% das florestas do mundo) são manejados principalmente para produção [agrícola], e 616 milhões de hectares [são destinados] para uso múltiplo”.
Áreas adicionais são destinadas à proteção da biodiversidade (482 milhões de hectares), proteção do solo e da água (386 milhões de hectares) e serviços sociais (221 milhões de hectares).
Fonte: Revista Fórum