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RECUPERAÇÃO

Um século depois, maior mamífero da América do Sul volta a aparecer no Rio de Janeiro

A anta-brasileira chegou a ser considerada extinta na região devido a perda de habitat, a caça e exploração desenfreadas e a urbanização

27 de janeiro de 2025
Alessandro Di Lorenzo
2 min. de leitura
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Foto: GTW/Shutterstock

Armadilhas fotográficas instaladas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) no Parque Estadual Cunhambebe, no Rio de Janeiro, flagraram a presença de antas (Tapirus terrestris) na região. O que parece algo normal, na verdade, é motivo de comemoração.

Esta é a primeira vez em 100 anos que a espécie é avistada no território. O animal é o maior mamífero da América do Sul e era considerado extinto na natureza fluminense, sendo encontrado somente em instituições de proteção à fauna e em pontos de introdução na natureza.

Antas apareceram andando em grupos

  • No total, foram 108 registros da presença de antas.
  • Eles foram feitos por dez câmeras instaladas em uma unidade de conservação administrada na Costa Verde.
  • Os flagrantes mostram grupos com até três indivíduos andando juntos.
  • Segundo pesquisadores, isso sugere uma população bem estabelecida da espécie na região.
  • De acordo com o Inea, esta “é a primeira vez, em dez décadas, que são flagrados, registrados e monitorados no Rio de Janeiro tais animais em total vida livre, ou seja, indivíduos que não dependeram de ação humana direta ou projetos de reintrodução de fauna”.
  • A redescoberta é resultado do trabalho de conservação da biodiversidade da Mata Atlântica, que oferece um habitat preservado para a anta e outras espécies-chave, como a onça-parda (Puma concolor).
  • As informações são do IFLScience.

Importância da espécie

A chamada anta-brasileira é um mamífero terrestre que pode pesar até 250 quilos e que se destaca por sua adaptabilidade e importância ecológica. A espécie age como dispersora e predadora de sementes, o que contribui com a manutenção de seu habitat natural e, consequentemente, desempenha papel vital no ecossistema.

A capacidade de se movimentar com facilidade em diferentes tipos de terreno, incluindo áreas alagadas e encostas íngremes, aliada à sua habilidade como nadadora, torna estes animais bem adaptados, evitando predadores.

O último registro das antas no estado do Rio tinha sido feito em 1914, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Os animais fazem parte da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas e chegaram a ser considerados extintos no RJ.

Segundo cientistas, a causa do desaparecimento das criaturas por tanto tempo foi a perda de habitat, a caça e exploração desenfreadas e a urbanização. O retorno dos animais, no entanto, pode ajudar a promover estratégias eficazes de conservação e conscientizar a sociedade sobre a importância da biodiversidade e do fortalecimento dos ecossistemas locais.

Fonte: Olhar Digital

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