Um quinto das espécies africanas de água doce, correspondendo a 21 por cento, está ameaçado de extinção, alerta um relatório divulgado hoje pela União Internacional de Conservação da Natureza (UICN).
O relatório alerta que estão em perigo mais de mil das 5.167 espécies de peixes, moluscos, caranguejos, libélulas e plantas aquáticas africanas que foram registradas e avaliadas por 200 cientistas durante cinco anos.
A agricultura, extração de água, barragens, desflorestamento e espécies exóticas invasoras são as principais causas deste empobrecimento da biodiversidade dos rios, ribeiros e lagos africanos, explica a UICN.
A organização refere o caso do lago Vitória (Quénia, Uganda e Tanzânia), onde 45 por cento das 191 espécies de peixes avaliadas estão “ameaçadas ou dadas como extintas”, nomeadamente devido à introdução da perca do Nilo.
O lago Malawi também viu a população de Oreochromis karongae, uma espécie de peixe conhecida pelos locais como Chambos, diminuir 70 por cento em dez anos.
“Se não travarmos” o processo de desaparecimento destas espécies, “o continente vai perder de forma irreversível a sua biodiversidade”, advertiu o director do projecto, William Darwall. Esse é já o caso da parte inferior do rio Congo, onde onze espécies de moluscos numa extensão de cem quilômetros estão “muito ameaçadas” por causa da poluição existente a montante.
Fonte: AFP