Os pinguins são pássaros, mas não voam. Também têm um andar muito particular e são ótimos nadadores. Pertencentes à família Spheniscidae, a qual conta com 18 espécies registradas, os pinguins vivem, em sua maioria, no Hemisfério Sul.
Ainda assim, existe uma espécie que se aventura mais próximo à Linha do Equador. Trata-se dos pinguins-de-Galápagos (Spheniscus mendiculus).
Dependendo da espécie, o tamanho de um pinguim varia de 40 a 115 centímetros e pode pesar de 1 a 40 quilos. National Geographic selecionou uma incrível curiosidade sobre esse animal para se conhecer melhor os hábitos alimentares desta ave.
O que certas espécies de pinguins comem?
Os pinguins são animais carnívoros e obtêm suas presas na água graças à sua forte capacidade de natação, explica o Animal Diversity Web (ADW), um banco de dados online da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Anchovas, sardinhas, lulas e krill são algumas das presas preferidas dos pinguins, que apresentam diferenças sutis na escolha e obtenção de seus alimentos de acordo com o habitat e características físicas de cada animal, relatam a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e a Global Penguin Society (GPS) – uma organização dedicada à proteção das espécies de pinguins do mundo e das costas e oceanos que habitam.
O pinguim-de-Adélia (Pygoscelis adeliae), por exemplo, consome principalmente krill e peixes além de, em menor escala, anfípodes (pequenos crustáceos sem concha externa), cefalópodes (moluscos marinhos caracterizados por tentáculos na cabeça) e águas-vivas. Para capturar suas presas, ele faz mergulhos de perseguição a um máximo de 150-180 metros de profundidade.
Já o pinguim-rei (Aptenodytes patagonicus), por sua vez, prefere peixes pelágicos (aqueles que vivem em médias profundidades ou mesmo perto da superfície), como o peixe-lanterna (Myctophidae). E, em menor escala, é uma espécie que também se alimenta de lulas e crustáceos.
Muito adaptado ao frio, o pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) passa toda a sua vida na região antártica e, por isso, sua dieta consiste em uma variedade de peixes, crustáceos e cefalópodes, sendo o peixe-diabo antártico (Pleuragramma antarcticum) e o krill antártico (Euphausia superba) duas de suas presas mais importantes.
Ainda de acordo com a ADW, “algumas espécies se alimentam de forma cooperativa e podem mergulhar sincronizadamente em grupos grandes ou pequenos”.
Quem são os pinguins que jejuam e quando eles fazem isso?
É justamente a época da incubação dos ovos que marca o momento em que algumas espécies entram em um período de jejum. Esse fato é seguido de algumas peculiaridades.
O pinguim-imperador, por exemplo, tem um dos mais longos períodos de incubação e jejum. Durante o inverno antártico, a fêmea desta espécie põe os ovos e vai para o mar para se alimentar.
Enquanto isso, no entanto, o macho jejua e fica com sua futura prole por cerca de 60 dias até que a fêmea retorne para o ninho, justamente na época da eclosão. Quando isso acontece, os “pais pinguins” trocam de papéis: a fêmea começa a cuidar dos filhotes enquanto o macho se alimenta no mar.
Algo diferente acontece com o pinguim-de-barbicha (Pygoscelis antarctica). A fêmea põe dois ovos durante o verão antártico e fica em jejum por 30 dias durante a incubação até que o macho retorne da alimentação no mar.
Pinguins ameaçados de extinção: qual é o seu status de proteção?
“Os pinguins são um dos grupos de aves marinhas mais ameaçados”, alerta a BirdLife International, uma instituição global cuja missão é proteger as aves, seus habitats e a biodiversidade.
De acordo com a organização, metade das 18 espécies é vulnerável ou está em perigo de extinção. As principais ameaças são a perda de habitat, a poluição, as doenças e a redução da disponibilidade de alimentos devido à pesca comercial.
Além disso, o degelo marinho devido às mudanças climáticas impactam o ambiente no qual os pinguins dependem para encontrar alimento ou construir ninhos.
Fonte: National Geographic Brasil