Imagens de satélite captadas pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, mostraram uma nova ilha que surgiu no Alasca, devido ao derretimento do gelo. A Geleira Alsek circundava uma pequena montanha conhecida como Prow Knob, que neste verão de 2025 no Hemisfério Norte, ficou totalmente cercada pelas águas do lago formado pelo gelo derretido.
“Ao longo da planície costeira do sudeste do Alasca, a água está rapidamente substituindo o gelo. As geleiras nesta área estão afinando e recuando, com o degelo formando lagos proglaciais em suas frentes. Em uma dessas extensões aquosas crescentes, uma nova ilha emergiu”, afirmou nota da Nasa.
Após cerca de mais duas décadas de recuo do gelo, dois afluentes ao norte e ao sul do Alsek pararam de alimentar a geleira (posicionada no canto inferior esquerdo da imagem, acima). O Lago Alsek cresceu ao sul, preenchendo o vazio deixado pela Geleira Grand Plateau.
Em 2025, o gelo se desprendeu de Prow Knob, completando sua transformação em uma ilha. Com base em imagens de satélite, a separação ocorreu em algum momento entre 13 de julho e 6 de agosto, segundo a agência espacial.
Ambos os braços da Geleira Alsek recuaram mais de cinco quilômetros desde 1984.
Desde 1984, o Lago Alsek cresceu de 45 quilômetros quadrados para 75 quilômetros quadrados. Somados aos lagos proglaciais vizinhos Harlequin e Grand Plateau, os três mais que dobraram de tamanho nesse período.
Alerta para derretimento das geleiras
Em outras partes do Alasca, o derretimento do gelo causa risco para comunidades. Em agosto, a cidade de Juneau, capital do Alasca, foi tomada por um cenário de emergência: moradores em áreas de risco foram instruídos a evacuar com urgência diante da previsão de uma inundação glacial recorde. A causa do alerta foi o rompimento da barragem natural formada pelo glaciar Mendenhall, que represava um lago escondido no chamado Suicide Basin, uma bacia de acúmulo de água que se tornou um símbolo do impacto da mudança climática na região.
A água represada, composta por derretimento de gelo e chuva, rompeu o bloqueio de gelo e desceu em grande volume para o lago Mendenhall e, em seguida, para o rio que corta a cidade. O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA confirmou que o nível do rio Mendenhall atingiu 16,65 pés (cerca de 5 metros), superando o recorde anterior de 15,99 pés registrado no ano passado.
Uma pesquisa liderada pelas Universidades de Bristol, na Inglaterra, e Innsbruck, na Áustria, revelou que as geleiras polares não vão se recuperar “por séculos” se o mundo exceder 1.5ºC temporariamente, como vêm ocorrendo desde 2024. Este é o primeiro estudo a simular o impacto nas geleiras até o ano 2500 “sob cenários de excedente”, em que a temperatura chegue até 3ºC.
Fonte: Um só Planeta