Cerca de um milhão de filhotes de tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa) foram soltas no rio Guaporé, na fronteira com a Bolívia. A iniciativa visa preservar a espécie que corre o risco de extinção.
O projeto binacional reúne voluntários e biólogos do Brasil e da Bolívia, que tentam diminuir o impacto das mudanças climáticas e da ação humana sobre a vida dessa espécie. “Escolhemos essa área por ser a maior área de desova de tartarugas da Amazônia. Cerca de 100 mil fêmeas desovam nessa área por ano. Esperamos mais de 10 milhões de filhotes nascerem este ano”, explana Camila Ferrara, supervisora técnica de uma das ONGs participantes.
Os trabalhos consistem em monitorar as desovas e resgatar os ninhos que eclodem em áreas de risco na areia, correndo o perigo de afogamento. O programa também realiza a conscientização sobre os danos que a caça da tartaruga gera no bioma da Floresta Amazônica. Na região, é comum as pessoas ingerirem esses animais.
Os Itonamas, indígenas do povo de Versalhes, na Bolívia, protegem 300 quilômetros de praias virgens para que essas tartarugas se reproduzam todos os anos com segurança.
A espécie é considerada a maior tartaruga da América do Sul, medindo até 90 cm e pesando 75kg. Ela é encontrada no rio Amazonas e seus afluentes, mas também pode ser vista na Colômbia, Peru, Equador, Bolívia e Venezuela.