Manifestações ocorreram em várias partes do país recentemente. Pessoas protestaram, primeiramente, contra o aumento das passagens de ônibus. Com o passar dos dias, elas foram crescendo e outras reivindicações encorparam os protestos. Conflitos entre os manifestantes e a polícia aconteceram, mas o clamor da maioria era, a todo instante, pela não violência. Foi salutar notar que em meio às situações de caos por melhores condições de vida para todos, a razão prevaleceu. E o que isso tem a ver com direitos animais? Tem tudo a ver, porque não haverá justiça social para “todos” enquanto os animais não humanos não tiverem os seus direitos respeitados e sofrerem, deliberadamente, todo tipo de violência para beneficiar os humanos.
É impossível acabar com a violência quando, diariamente, 150 milhões de animais são torturados e mortos, no mundo, para servir de alimento. É impossível acabar com a violência quando ainda existe a escravidão legalizada de seres que, como nós, sentem dor, sofrem, sentem prazer e querem viver. É impossível acabar com a violência quando animais são usados como coisas, como produtos, como mercadorias, como propriedade para os mais variados propósitos, porque se eles continuarem a ser escravos, a ser propriedade de alguém, os seus interesses em não sofrer, em não ser explorados e em continuar a viver serão sempre menosprezados.
É claro que é certo reivindicar uma vida mais decente para a sociedade como um todo. Podemos e devemos fazer isso. O que não é admissível é esquecer que o mundo não gira em torno dos humanos e ser conivente com costumes que violam a integridade física e emocional de outros animais. Se queremos estar bem, viver feliz e ser livre, não há como negar que eles também querem e, na verdade, nunca deveríamos ter tirado esses direitos deles em primeiro lugar. Um gigante verdadeiramente desperto, deve estar disposto a enxergar, com olhos bem abertos, toda brutalidade que é, desnecessariamente, imposta aos animais. A paz deve ser buscada, mas ela estará incompleta enquanto não acordarmos para o fato de que é incoerente gritar por justiça se ela não abranger realmente todos.
Fonte: domtotal.com