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Um dia com uma mãe chimpanzé e seu filho de cinco anos na floresta

17 de outubro de 2011
3 min. de leitura
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Por Serge K. Soiret, correspondente do GAP na África Ocidental (Costa do Marfim)

Mãe e filho na floresta do Parque Tai (GAP)

Deixamos nosso acampamento no Taï Park muito cedo para ir acompanhar um chimpanzé fêmea e seu bebê, os quais já estamos observando há meses*. Mais ou menos às 5:30h chegamos na árvore onde a mãe tinha construído o ninho para ela e seu filho de cinco anos passarem a noite.

A primeira movimentação de que estavam acordando começou por volta das 6:10am. O ninho foi feito numa árvore de 30 centímetros de diâmetro de tronco e dez metros de altura que está localizada a cerca de 20 metros de uma árvore frutífera da espécie Ficus macrosperma, o que garante o café da manhã no dia seguinte. De maio a agosto há uma diminuição da variedade de frutas para os chimpanzés na floresta Tai. Cerca de 15 minutos depois a mãe sai do ninho com seu filho e eles vão para a árvore de Fícus.

Esperamos embaixo da árvore por uma hora e vinte e cinco minutos, o tempo que eles levaram para comer. Finalmente a fêmea desce da árvore com seu bebê nas costas e ele coloca os pés no chão pela primeira vez naquele dia. O tempo está nublado, com uma chuva fina. Alguns minutos depois ela sobe em uma árvore com seu bebê até que a chuva passe. Depois disso ela desce, anda pela floresta e não perde a oportunidade de comer cupins pelo caminho.

Ao longo do caminho o bebê anda sempre ao seu lado, nas suas costas ou na suba barriga. No meio da manhã eles descansam numa clareira da floresta. Um pouco mais longe parece ter uma palmeira (Elaeis guineensis) e ela tenta chegar até a mesma. Ela sobre numa árvore próxima e chega até a palmeira pulando pelos galhos. Ela chega no topo da palmeira, onde ela pára com seu bebê para comer a suculenta polpa de alguns galhos. O dia é marcado por caminhadas e paradas para comer folhas.

Depois de uma caminhada de mais de oito horas na floresta em diferentes direções, ela volta para a árvore de Ficus. Lá ela encontra outra fêmea com seu bebê de seis meses pendurado em sua barriga. Eles passam mais de duas horas juntos na árvore, até que a fêmea desce com seu filho **.

Depois de uma caminhada curta, ela pára e observa o horizonte do topo das árvores. Ela sobe em uma árvore, senta e olha todas as árvores. O filho nunca está longe dela. De repente ela pega os galhos da árvore e começa a quebrá-los e juntá-los, para fazer um novo ninho. São 17:30h. Depois que eles se instalam no ninho, voltamos para o acampamento. Amanhã vamos de novo para a floresta às cinco da manhã, para acompanhar seu dia depois que acordam.

*Nesta área os chimpanzés estão muito habituados a presença humana e é isso que permite que seja possível um trabalho de observação tão de perto. Os pesquisadores têm o apoio de guias locais, que acabam protegendo os chimpanzés das ações dos traficantes.

** Estes chimpanzés pertencem ao mesmo grupo, mas nesta época do ano eles costumam ficar mais dispersos, devido a falta de oferta de frutas. Além disso, esta fêmea em específico gosta de passar mais tempo sozinha com seu filho, segundo as observações feitas ao longo do trabalho de campo.

Fonte: GAP

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