Por Marco Castellano
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Desde quando o Homem se deu conta de que através da força ele poderia satisfazer os seus desejos e alcançar os seus objetivos, ele vem praticando o ato de submeter os mais fracos às suas vontades. A história nos mostra quantos foram sacrificados e submetidos, de todas as formas possíveis, pelo simples fato de serem considerados inferiores. As mulheres, os negros as crianças e todas as outras minorias ou raças consideradas inferiores.. e a própria natureza.
O ser Humano abusou da idéia de que tudo poderia ser-lhe útil, inclusive os da sua própria espécie, sempre utilizando alguma justificativa mais nobre para suas ações, que pudessem justificá-las e torná-las necessárias e até imprescindíveis, para a construção de uma sociedade “justa” e “civilizada”.
Vivemos nesta “sociedade” hoje, e tudo parece caminhar conforme fora concebido, o preconceito segregador continua marginalizando quem é tomado como inferior e a violência contra as formas de vida que podem ser submetidas permanecem , só que agora, “civilizadamente”, a prática não é mais explicita, está bem camuflada, e é praticada sem que se perceba. O homem continua escravo, só que agora sem correntes atando seus pés, e os animais, são carregados em veículos fechados, a caminho do seu destino cruel , para que não tenhamos a possibilidade de nos sentimentalizarmos com os seus olhares assustados.
A violência maior agora não é a das guerras, ou a da criminalidade, esta, não se faz dissimulada, e podemos ter a chance de nos manifestar contra ela. A violência maior que é cometida hoje, é a da imposição da cultura do consumo fácil e descomprometido. A utilização de recursos , sem se preocupar com as fontes, a política do fim que justifica os meios. Uma violência sem cara de vio
lência , mas que destrói toda o caráter de uma sociedade, e continua mais viva do que nunca entre nós. A atitude veggie, nada mais é do que um boicote a toda essa mentalidade encoberta , uma forma de impor a paz com a negação dos veículos utilizados pela hipocrisia. Uma bandeira asteada contra a inércia institucionalizada que imobiliza as pessoas e as transforma em cobaias manipuladas pelos que lucram com isto. Estamos num momento único em que fazer uso do nosso direito a vida sem violência é o nosso maior dever.