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Um antigo testamento

28 de julho de 2010
2 min. de leitura
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Quando eu começo a escrever já com a sensação de que devo adiantar desculpas sobre o que vou dizer, sinto que volto a tocar numa ferida. Esta, quem sabe, é ainda maior. Destino difícil o destas palavras.

Se falar de religiões requer disposição, imagine o quanto se espera de alguém que soma a isso um tabu sobre exploração de animais!

Sou contra religiões? Sim, em linhas gerais. Digamos que simpatizo com algumas, só. Mas existem certas manifestações de crenças religiosas sobre as quais lanço meu maior repúdio. Falo daquelas que se valem dos rituais de sacrifício de animais.
Nem vou entrar no mérito da crença sacrificial propriamente dita. Mal ou “bem” intencionadas, essas coisas revelam muito sobre o caráter do sujeito que mantém práticas dessa estirpe.

O juízo sobre os valores envolvidos em mais essa herança cultural eu prefiro deixar ao alvedrio de cada um. Gostaria, isto sim, de mencionar a aberrante afronta à Lei Maior – que é taxativa no sentido de obstar a crueldade contra animais.

Mesmo para um leigo fica fácil compreender. Não importa se a lei “X” disse que torturar é lícito; o que deve prevalecer é o que foi dito pelo Poder Constituinte. Indo ao que interessa, na Constituição está escrito: “(…) vedadas as práticas que submetam os animais à crueldade”. Se esse tipo de prática não é cruel, então desconheço o significado correto da palavra.

Andei pensando sobre o porquê de só encontrar galinhas nas encruzilhadas. Será que, segundo a crença de certos sacerdotes africanos – principalmente –, galináceos são mais eficientes na tarefa de angariar benesses ou prejuízos das “entidades”? Acho que não.

Se não sou tão estúpido, concluo corretamente sobre causa nestes termos: primeiro, é mais fácil de manusear esses seres completamente inofensivos; segundo, custam menos no mercado; terceiro, e principalmente, quem seria histérico o suficiente para bradar contra a morte sacrificial de um animal que, habitualmente, frequenta seu próprio prato – igualmente morto?

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