Por Vanessa Serrão e Patrícia Tai (da Redação)
Em uma grande vitória para os cães da raça Greyhound (conhecidos como galgos), autoridades do Texas (EUA) confirmaram na semana passada que a última pista de corridas de cães do estado encerrará as suas atividades para sempre no fim deste ano. As informações são da Care2.
O Gulf Greyhound Park (GGP), em La Marque, que foi inaugurado em 1992 e é o último remanescente dos três estabelecimentos do tipo no Texas, irá operar apenas até o próximo dia 01 de janeiro. Segundo Sally Briggs, gerente geral do parque, a empresa tem sido incapaz de competir de modo bem sucedido com outras pistas em estados vizinhos, que oferecem oportunidades de expansão em jogos dessa natureza.
Mas de acordo com a Austin American-Statesman, dados da Comissão de Corridas do Texas mostram que tem havido uma imensa queda no interesse por essa prática, com um declínio de 85 por cento nas apostas desde a abertura desse parque.
O fechamento de mais uma pista, que representa o fim do pseudo-esporte em mais um estado, é uma grande vitória para os cães e para todos os que vêm lutando pelo fim desta indústria. Agora, incontáveis cães serão poupados do destino de terem de literalmente dar a vida por essas corridas e o Texas poderá colocar essa história sombria no passado.
Entre as diversas preocupações envolvendo os galgos, que variavam desde o fato deles serem mantidos em pequenas gaiolas pela maior parte de suas vidas, até a alimentação de péssima qualidade que lhes era oferecida, as corridas de cães no Texas também vinham levantando outras sérias questões, como a suspeita da disseminação de uma doença letal no Gulf Greyhound Park, os registros de saúde forjados, o uso de drogas, a falha no provimento de cuidados veterinários, e a denúncia de que um treinador usava coelhos vivos como “isca” para adestrar os cães.
Segundo a ONG GREY2K, só entre os anos de 2008 e 2014, mais de 2.300 cães ficaram feridos durante corridas no estado, enquanto 115 animais morreram ou foram eutanasiados “por causa da gravidade de suas lesões”. Os danos mais comuns eram de fraturas em pernas, mas outros incluíram rompimento de músculos, lacerações, luxações e entorses – tudo desnecessariamente sofrido por cães que foram usados para nada mais que o entretenimento humano.
Com o fechamento, restarão apenas seis estados com pistas operacionais nos Estados Unidos, que são o Alabama, o Arizona, Arkansas, Flórida, Iowa e West Virginia. Os fechamentos de pistas em diversos estados e a diminuição do interesse nesta indústria mortal trazem a esperança de que esses últimos seis estados em breve sigam a tendência.
A respeito dos 600 cães que vinham sendo explorados pelo GGP até então, Briggs disse que “nenhum greyhound será deixado para trás”, e que eles serão enviados para outros estados (o que é péssimo), ou entrarão em programas de adoção.
As organizações que estarão cuidando da adoção dos cães são a Greyhound Rescue Austin e a Texas Adopt a Greyhound Society. Para uma lista de todas as organizações dos Estados Unidos que atuam na defesa dos greyhounds, visite a página de adoção da GREY2K.
No Brasil, o Grupo Lina de Apoio e Resgate aos Galgos, que tem atuado resgatando galgos em estado crítico e intermediado adoções responsáveis. Lina, uma cadela da raça Galgo Italiano que inspirou a criação do grupo, foi explorada e negligenciada por sua tutora, mas ao ser resgatada pelo grupo, soube o que é ser amada em seus últimos dias de vida.
