Pela primeira vez em décadas, a Islândia não enviará seus navios baleeiros ao mar este ano. A Hvalur hf, última estação baleeira ativa no mundo, anunciou a suspensão da caça em 2025 devido ao colapso na demanda por carne de baleia. O motivo? A crescente rejeição global a essa prática cruel e a pressão de ativistas ambientais, que transformaram o consumo de carne de baleia em um símbolo de barbárie do passado.
A decisão é uma vitória direta para o movimento de proteção aos oceanos, que há anos denuncia a crueldade da caça às baleias – animais inteligentes e sociais, mortos de forma brutal com arpões explosivos. Muitas baleias agonizam por horas antes de morrer, enquanto outras são arrastadas ainda conscientes para os navios-fábrica, onde são esquartejadas.
O fim de um comércio sangrento
A Islândia, junto com Noruega e Japão, era um dos últimos países a insistir nessa indústria em declínio. Nos últimos anos, porém, o mercado encolheu drasticamente. Turistas se recusam a experimentar a carne, supermercados retiraram o produto das prateleiras, e governos impuseram sanções comerciais.
“Esta é a prova de que a mobilização global funciona”, comemorou Anna Birgisdóttir, representante da ONG IceLand for Whales. “A caça às baleias não é apenas insustentável – é um ato de extrema crueldade que o mundo moderno não tolera mais.”
Um futuro sem caça?
Apesar do anúncio, ativistas alertam que a batalha não acabou. A Hvalur hf ainda mantém suas licenças e pode retomar a caça se houver interesse comercial. Porém, a tendência é clara: o mundo está virando as costas para essa prática.
“Precisamos garantir que esta suspensão se torne permanente”, disse Birgisdóttir. “As baleias não são recursos a serem explorados, mas seres sencientes que merecem proteção.”
Enquanto isso, a notícia foi celebrada nas redes sociais, com ambientalistas destacando o poder da pressão coletiva. “Isto prova que, quando nos unimos, podemos mudar até as indústrias mais arraigadas”, publicou o grupo Sea Shepherd.
Agora, a esperança é que a Islândia, conhecida por suas políticas ambientais progressistas, oficialize o fim da caça às baleias – enterrando de vez um dos capítulos mais sombrios da relação entre humanos e natureza.