A organização União Internacional Protetora dos Animais (Uipa) de Itapetininga (SP) deixou de atender denúncias de maus-tratos. Uma voluntária atendia os casos e levava alguns bichos para Organização Não Governamental (ONG), mas esse trabalho foi interrompido nos últimos meses por motivos de segurança segundo a presidente da Uipa, Graziela Gomes Leonel. “Não estamos conseguindo atender denúncias de maus-tratos por falta de pessoal. Não temos voluntários suficientes para fazer esse trabalho, e pela própria segurança. Durante essas denúncias os voluntários sofrem ameaças, é uma coisa até perigosa. Não temos o preparo da polícia para ouvir essas denúncias”, explica.
Durante quatro anos, a entidade registrou mais de 7,2 mil ocorrências, uma média de 150 por mês. As ocorrências foram principalmente por falta de alimentação adequada, de cuidados com doenças e animais que são isolados para morrer em locais inapropriados.
Entre os animais que fazem parte da triste estatística de atendimentos está o cão Jonhy. Ele vivia amarrado, com uma corda no pescoço, sem comida e ainda apanhava do antigo tutor. Há três meses vive na Uipa, recebe carinho e tem um lugar pra dormir.
No local existem 212 animais entre cães e gatos divididos em 58 canis. Leonel conta ainda que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado recentemente entre o Ministério Público (MP), a Prefeitura e a entidade resultou em R$ 100 mil de verbas destinados à organização para melhorias. Com o dinheiro 14 canis foram reformados e uma nova fossa construída.
Preocupada com o abandono de animais, a funcionária pública Silvana Isaac levou para casa casa mais de dez cachorros vítimas de maus-tratos ou que foram abandonados nas ruas. Com o quintal cheio de canis, ela gasta mais de R$ 500 por mês com os animais e conta com a ajuda de voluntários para levar os cães ao veterinário e comprar ração. “Adoto porque amo animais. Comecei com dois que estavam na rua abandonado. Desde então está só aumentando”, conta.
Abandono e maus-tratos a animais são crimes. A responsabilidade de fiscalizar e de punir é da polícia, de acordo com lei federal de 1998. A pena prevista pelo artigo 32 da lei de crimes ambientais é de detenção de três meses a um ano e multa. O abandono também é previsto no código penal no artigo 164, a pena é detenção de 15 dias a seis meses ou multa.
A Polícia Ambiental informa que sempre quando recebe uma denúncia vai até o local verificar e se for comprovado o crime é feito um auto de infração ambiental. O telefone para denúncias é (15) 3273-2202.
Fonte: G1