Por Vitor Marinho (da Redação)
Uganda tomou a decisão ultrajante de por fim a décadas de proibição da caça de animais selvagens, como elefantes e búfalos. O governo do Distrito de Amuru, a Aswa-Lolim Wildlife Association, Uganda Wildlife Authority e Uganda Wildlife Safaris assinaram um memorando que autoriza a Uganda Wildlife Safaris a vender licenças de caça “esportiva” nas áreas que não são reservas de vida selvagem: aproximadamente 76% do país.
Apesar da proibição da caça “esportiva” após a dizimação de grande parte dos animais selvagens durante os anos de guerra civil (1981-1986) que levaram o atual governo ao poder, a Uganda Wildlife Authority afima que algumas populações de animais, em particular os elefantes e búfalos, cresceram a ponto de tornarem-se um suposto “obstáculo” para os agricultores locais, interrompendo as rotas de criação de gado e danificando plantações.
Muitos ambientalistas estão preocupados com a falta de evidências do aumento e recuperação dessas populações de animais silvestres. Uma experiência piloto de caça foi iniciada em 2001 fora do Parque Nacional Lago Mburo (Lake Mburo National Park), mas os resultados ainda serão publicados, o que cria muitas expectativas a respeito.
Se nenhuma medida for tomada no sentido de impedir esse massacre da fauna selvagem, turistas estrangeiros com alto poder aquisitivo poderão pagar os elevados preços para caçar elefantes, leopardos e outros animais de grande porte, no Uganda Wildlife Safaris. De acordo com relatos, os proprietários das terras ganharão 50% dos valores arrecadados com os “troféus”. Uma taxa de desenvolvimento comunitário de 50 dólares por caçador será coletada juntamente com uma série de outras despesas para caçadores, observadores e parceiros de gestão.
Fonte: Born Free Foundation
Nota da Redação: A caça é um exercício de sadismo e de maldade, que a humanidade pratica por pura covardia e total falta de respeito para com a vida. Tirar vidas “por esporte” é a prova maior de que o homem não desenvolveu a capacidade da compaixão e da inteligência superior. Matar um animal é, também, a prova maior do quanto o homem não compreende a si mesmo e o quanto a sua existência está ligada às outras espécies.