O americano Michael Jarboe, de Miami, pagou à companhia aérea um valor extra para assegurar que seu cachorro mastiff BamBam, de dois anos de idade, voasse em segurança durante uma viagem que cruzaria os Estados Unidos. Em vez disso, depois de uma parada em Houston em uma dia de temperatura de 32°C, funcionários da empresa encontraram BamBam morto na chegada a San Francisco.
Para evitar casos como o de BamBam – que ocorreu em 2012 – , uma petição no site Change.com recolhe assinaturas para solicitar mudanças na lei dos EUA a respeito do tema. O pedido é que as companhias aéreas sejam responsabilizadas em situações assim. Mais de 100 mil assinaturas haviam sido atingidas até a última terça-feira (26).
Segundo Jarboe, um dos principais objetivos é fazer com que os tutores fiquem cientes dos perigos da viagem aérea.
‘Roleta-russa’
A cada dez dias, em média, animais que viajam com seus donos são mortos, machucados ou perdidos, afirma Mary Beth Melchior, fundadora do grupo “Where Is Jack Inc” (Onde está Jack), que documenta problemas desse tipo. Sua organização ganhou esse nome em homenagem a um gato que morreu em 2011 depois de ficar perdido por dois meses no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York. “O risco de perder seu animal é o mesmo risco de perder sua mala”, diz Jarboe. “É uma roleta-russa.”
A organização Humane Society nos EUA sugere que levar o bicho de carro ou deixá-lo em casa deve ser a primeira opção, antes de levá-lo em um avião.
“A viagem aérea pode ser tão curta que você pode pensar que é a melhor forma de transportar o animal. Pois pense novamente. Viagens aéreas não são seguras para os animais. Recomendamos que não recorra a elas a não ser que seja absolutamente necessário”, diz o site da organização.
Calor
Em julho deste ano, Sedona, cachorra da americana Janet Sinclair, teve um problema parecido com o de BamBam em um voo da United, mas acabou sobrevivendo. Sinclair criou uma página no Facebook intitulada “United Airlines Almost Killed My Greyhound” (A United Airlines quase matou meu galgo)”. Sinclair e Jarboe afirmam que escolheram levar seus cães pela companhia aérea por causa do programa especial de segurança de animais, que prometia que seus cães ficariam, durante o voo e nas escalas, em um lugar com ar-condicionado, e seriam transportados até o avião em vans refrigeradas.
Eles afirmam que o sistema não foi colocado em prática nas escalas em Houston e dizem que os cachorros foram deixados no asfalto por horas no intervalo entre voos.
“Nosso objetivo é a segurança e o conforto dos animais que voam conosco”, disse Megan McCarthy, da United. “Na rara ocasião que não alcançamos esse objetivo, trabalhamos com nossos clientes, seus veterinários e nossa equipe de veterinários para resolver o problema.”
Jarboe diz que podia ver BamBam de seu assento no avião chegando para a segunda parte do voo em um carro de bagagem comum, em vez de na prometida van com ar-condicionado e acompanhantes especiais. “Ele estava curvado e com a língua pendurada e babando como eu nunca tinha visto”, diz.
Sinclair diz que viu como os funcionários de Houston “chutaram a caixa de Sedona seis vezes para fazê-la caber debaixo da asa e a deixaram lá para ferver no asfalto”.
Segundo Jarboe, a United afirmou que a autópsia de BamBam foi inconclusiva, mas seu veterinário ficou convencido de que o cão morreu de hipertermia. Jarboe diz também que a empresa finalmente pagou a ele cerca de US$3.770, o preço de um cão novo e de uma caixa de transporte.
Sinclair afirma que a United concordou em pagar a conta hospitalar de Sedona, que foi diagnosticada com desidratação e hipertermia. Mas ela não aceitou porque a empresa exigiu que ela assinasse um acordo de confidencialidade.
Fonte: G1