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REAÇÃO À ANESTESIA

Tutores denunciam mortes de animais após mutirão de castração em Tubarão (SC)

30 de outubro de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

O mutirão de castração realizado na última quinta-feira (24), no estacionamento da Arena Multiuso Prefeito Estêner Soratto, em Tubarão, se tornou um assunto delicado na cidade. Na ação foram atendidos por volta de 200 animais, número que foi comemorado pela administração pública, porém, foram relatadas por tutores as mortes de dois gatos e dois cachorros.

Esse foi o sexto evento realizado em 2024, passando de 1.700 castrações. De acordo com nota do programa de Bem-Estar animal de Tubarão, a ação de castração é realizada por uma empresa contratada, a Castramóvel Brasil. A equipe da Fundação Ambiental de Tubarão (Funat) realizou a fiscalização durante e após o mutirão.

“Tubarão vem promovendo um programa de controle populacional desde 2021. A partir da promulgação da lei de bem-estar animal que ficou vinculada a Funat, criamos a Comissão. Priorizamos a castração e chipagem de cães e gatos. Todos os animais que participam do mutirão são cadastrados na Funat pelos tutores, que assinam um termo de responsabilidade”, conta o diretor presidente da Funat, o engenheiro agrônomo Márcio Ronchi.

Para a realização das cirurgias durante a ação é utilizado um termo de responsabilidade, que é assinado pelos tutores. No documento, o segundo item fala sobre a possibilidade de riscos inerentes à anestesia, sendo a possibilidade de óbito um deles.

Morte de animais

Willian Antoniel, de 32 anos, e seu namorado, eram tutores da gata Avelã, um dos animais que morreram durante ou após a ação. Ele relata que a medicação dada ao animal não condizia com o peso.

“A balança de pesagem dos animais aparentava estar com problemas, primeiro pesaram a minha gata com a caixinha junto, dando 4,9 kg. Aí me chamaram alguns minutos depois para falar que ela já estava morta em decorrência da anestesia. Pesamos ela sozinha depois e deu menos de 3,4 kg”, relata o tutor.

A gata foi enviada ao Paraná, para a realização de estudos. No laudo da morte do animal, providenciado por uma médica-veterinária, enviado para Willian e seu namorado, afirmava que a gata de 10 meses morreu de parada cardiorrespiratória (PCR) e pesava 4 kg. Foi relatado que a anestesia utilizada em Avelã é considerada como um protocolo dissociativo, ou seja, o procedimento é feito direto no músculo.

A médica veterinária, Tuana Lunardi, que não tem relação com o caso, explica que esse tipo de procedimento não é mais utilizado em clínicas veterinárias, porém é comum em campanhas de castração.

“Essa anestesia tem a aplicação feita direto nos músculos. Atualmente a mais utilizada em clínicas é a anestesia balanceada, que tem um processo com medicação pré-anestésica, passando por medicamento na veia e tendo entubamento para ventilação. Já na aplicação direta no músculo, o procedimento depende do corpo do animal, podendo ter complicações e causando o óbito”, explica a veterinária.

Além dos dois gatos e dos dois cães que morreram, outros tutores relataram que mais dois animais tiveram algumas complicações. A Castramóvel Brasil se pronunciou em nota:

“Procedimentos cirúrgicos possuem risco de intercorrências, tanto que todos os tutores são cientificados disso. Cabe aos tutores zelar pela boa evolução de seus animais. Todos os atendimentos são realizados estritamente e em conformidade com os procedimentos médico-veterinários recomendados, recebendo medicação, receita e um contato do plantão 24 horas para atendimentos necessários em razão de intercorrências do pós-operatório”, esclarece a empresa.

O prefeito de Tubarão, Jairo Cascaes, determinou a abertura de processo administrativo para apurar os fatos.

Fonte: NSCTotal

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