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VALORES IRRISÓRIOS

Tutores de cães intoxicados se indignam com indenização oferecida pela empresa de petiscos

24 de novembro de 2022
3 min. de leitura
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Juliana Laender e o cãozinho Dante, que morreu intoxicado. Foto: Reprodução/Juliana Laender

Investigada pela morte e internação de mais de cem cães em todo país, a Bassar está oferecendo R$ 5 mil reais para tutores de cães que perderam os animais após ingerirem petiscos contaminados. Em outros casos considerados mais críticos, a fabricante de petiscos está oferecendo R$ 10 mil de indenização, mas parcelados em quatro vezes.

A CBN teve acesso aos valores que estão sendo oferecidos por advogados da empresa na tentativa de chegar a um acordo com os tutores. As ofertas de indenizações de danos morais e materiais foram recebidas com indignação pelos responsáveis pelos cães que morreram intoxicados.

Em primeiro lugar, os tutores consideram que os valores não cobrem o dano moral causado pela morte dos cães. Em um segundo ponto, eles destacam que o dinheiro oferecido pela Bassar não cobre sequer os gastos com veterinário da maioria dos tutores.

Amanda Yumi gastou R$ 33 mil com tratamentos em clínicas para tentar salvar a vida da cachorrinha dela, que morreu em julho. “Sendo que as famílias que perderam cães ainda não receberam um centavo sobre isso, nem receberam um posicionamento. Eu fiquei até chateada porque eu vi na mídia que a indústria estava conversando com as famílias e dando suporte do que aconteceu. Mas, eu mandei e-mail para a Bassar, sinalizei do óbito da minha cachorra e eles me mandaram mensagem recomendando que eu devolvesse o produto para poder pegar o reembolso. Era como se esses R$ 30,00 do pacote fossem a minha preocupação. Eles recomendaram que eu não desse o petisco pro cachorro. Sendo que eles nem leram o meu e-mail que dizia: ‘Oi, meu cachorro morreu!’. É lastimável o que nós estamos passando, é uma falta de respeito com o consumidor”, conta.

Uma situação semelhante foi enfrentada pela servidora pública, Juliana Laender, que entrou em depressão, após perder o cãozinho Dante, um maltês de 5 anos, que morreu intoxicado. A Bassar ofereceu R$ 10 mil de indenização para ela, mas disse que só poderia pagar o valor de maneira parcelada.

“Esse valor é absurdo. Não tem valor que pague a perda de um animal, né? Todo mundo que tutela cão ou gato ama o animal, sabe que na verdade eles são como um membro da família. Então, isso trouxe uma dor grande demais pra minha família toda. Eu costumo dizer que a minha dor não veio parcelada, ela veio toda de uma vez. Muito rápido. Então a dor que eles me causaram não tem preço. Mas eu realmente ainda não aceitei a proposta que eles fizeram, porque eu não acho que ela cobre nem um milésimo da dor que eles me causaram”, relata.

Procurada por nossa reportagem, a Bassar disse que os valores negociados são compatíveis com a realidade da empresa, que se encontra em um momento financeiro complicado.

Segundo a Companhia, 10 empresas fabricantes de alimentos pet e humano também tiveram as linhas de produção interditadas pelas autoridades por terem comprado esse mesmo insumo contaminado da empresa mineira Tecnoclean.

Nesta semana, uma investigação do Ministério da Agricultura apontou que a identificação incorreta de lotes de matéria-prima fez com que as empresas utilizassem a substância tóxica monoetilenoglicol na fabricação dos petiscos para cães.

Fonte: CBN

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