Eles são tratados como “membros da família”. Recebem carinho, cuidados e por que não respeito na hora “da despedida”? Foi pensando nisso que o médico veterinário Eduardo Soares Araújo, de 35 anos, com a ajuda de uma sócia, inaugurou há dois meses o crematório de animais Anjos de Patas, no Bairro Nossa Senhora das Graças, em Uberlândia.
O empreendimento, segundo ele, é o primeiro do Triângulo Mineiro e o segundo de Minas Gerais. Desde junho, 20 animais já foram cremados. “Perder um animal doméstico é uma situação difícil para todo mundo. Além da tristeza de ficar sem o amigo, nem todos têm ideia do que fazer e para onde levar o corpo do bichinho. Nossa empresa foi criada com o propósito de minimizar a dor da perda, garantindo um destino digno ao fiel companheiro”, disse o veterinário.
A empresa, que recebe qualquer tipo de animal até 100 kg, oferece serviços de busca, despedida/velório, cremação, urnas e também um cinerário, onde são alugados espaços para as urnas com as cinzas. Esses espaços podem ser visitados pelos tutores.
A assistente administrativo Karina Katharine de Camargo usou o serviço de cremação há pouco mais de duas semanas. Ela perdeu a cachorrinha Hanna, companheira de seis anos. A cadela ficou doente e não resistiu. “Apesar do sentimento de tristeza, consegui oferecer algo digno para Hanna. Meu marido havia visto o crematório e quando o inesperado aconteceu, entramos em contato com a empresa. Optamos por uma cremação individual e hoje Hanna continua ao nosso lado, só que agora em forma de cinzas e dentro de uma caixa”, disse.
Antes do empreendimento em Uberlândia, quem queria cremar os animais domésticos precisavam ir até Goiânia (GO), Campinas (SP), Brasília (DF) ou Belo Horizonte (MG), que eram os locais mais próximos que oferecem o serviço.
Preocupação ambiental
O veterinário Eduardo Soares destaca ainda a importância do crematório no cuidado e respeito ao meio ambiente e aos animais. “Se esses mesmos animais que cremamos fossem enterrados, por exemplo, haveria o perigo da contaminação do solo e lençol freático, uma vez que os corpos liberam necrochorume, um líquido que possui substâncias altamente tóxicas. Outro agravante é que enterrar animais ou descartá-los em terrenos baldios é considerado um crime ambiental”, explicou.
Além de ser ecologicamente correta, o veterinário acrescentou que a cremação também é uma solução para a questão de espaço, já que, ao fim do processo, o volume de cinzas equivale a menos de 5% do volume original do corpo do animal. “Acreditamos no serviço de cremação, pois além de todas os aspectos positivos relacionados à preservação ambiental, também entendemos a relação de carinho e afeto entre tutores e animal doméstico”, salientou.
Fonte: G1